É
verdade que concordo quase sempre com o presidente do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa, especialmente com sua indignação com a impunidade que cerca,
em especial, nossa classe política. Barbosa, desde o julgamento do Mensalão do
Governo Lula, é um paradigma não apenas de críticos desse nefasto esquema de poder
instalado no Brasil nessa lastimável Era Lula. Seus pronunciamentos extrapolam
os limites da camada mais informada da população e se espalham em toda a
sociedade.
Assim,
quando ele diz, como nos informa O Globo, que nossos partidos políticos são “de
mentirinha”, está, de fato, apontando um dedo inquestionável sobre essa fase da
vida nacional, condescendente com as negociatas, com a compra de consciências (o
pouco que ainda existe), com o atropelo da dignidade.
Não
há dúvida quanto à relativa representatividade dos nossos políticos, do
Congresso, das Assembleias, das Câmaras. São raros os casos em que alguém é eleito
em função da identificação ideológica, das propostas eficazes. Prevalece,
naturalmente, o apelo barato ao populismo mais rasteiro, à demagogia.
Nossos
partidos, em sua esmagadora maioria, são meros balcões de negócios, mercadores em
busca do melhor preço. Esse ‘fenômeno’, é importante destacar, não é uma
exclusividade desse regime estabelecido a partir da primeira eleição do
ex-presidente Lula. Vem desde sempre.
Mas
também não podemos negar que ele – o mergulho político nas trevas – conquistou sua
expressão mais forte nos últimos dez anos. Não por acaso o Governo Dilma
instituiu o 39º ministério e o entregou a um antigo ‘inimigo’. Há muitas
correntes a atender, muito espaço nos programas e palanques eleitorais a
conquistar e preservar.
Refletindo,
agora, diria que nossos partidos vão além de uma simples ‘mentira’. Seriam, de
fato, de uma verdade assustadora. Refletem toda a iniquidade dos tempos atuais,
fiadores de um projeto de poder que se projeta para o futuro, capazes de
qualquer coisa para se eternizar.
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