segunda-feira, 20 de maio de 2013

Mentiras e verdades


     É verdade que concordo quase sempre com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, especialmente com sua indignação com a impunidade que cerca, em especial, nossa classe política. Barbosa, desde o julgamento do Mensalão do Governo Lula, é um paradigma não apenas de críticos desse nefasto esquema de poder instalado no Brasil nessa lastimável Era Lula. Seus pronunciamentos extrapolam os limites da camada mais informada da população e se espalham em toda a sociedade.
     Assim, quando ele diz, como nos informa O Globo, que nossos partidos políticos são “de mentirinha”, está, de fato, apontando um dedo inquestionável sobre essa fase da vida nacional, condescendente com as negociatas, com a compra de consciências (o pouco que ainda existe), com o atropelo da dignidade.
     Não há dúvida quanto à relativa representatividade dos nossos políticos, do Congresso, das Assembleias, das Câmaras. São raros os casos em que alguém é eleito em função da identificação ideológica, das propostas eficazes. Prevalece, naturalmente, o apelo barato ao populismo mais rasteiro, à demagogia.
     Nossos partidos, em sua esmagadora maioria, são meros balcões de negócios, mercadores em busca do melhor preço. Esse ‘fenômeno’, é importante destacar, não é uma exclusividade desse regime estabelecido a partir da primeira eleição do ex-presidente Lula. Vem desde sempre.
     Mas também não podemos negar que ele – o mergulho político nas trevas – conquistou sua expressão mais forte nos últimos dez anos. Não por acaso o Governo Dilma instituiu o 39º ministério e o entregou a um antigo ‘inimigo’. Há muitas correntes a atender, muito espaço nos programas e palanques eleitorais a conquistar e preservar.
     Refletindo, agora, diria que nossos partidos vão além de uma simples ‘mentira’. Seriam, de fato, de uma verdade assustadora. Refletem toda a iniquidade dos tempos atuais, fiadores de um projeto de poder que se projeta para o futuro, capazes de qualquer coisa para se eternizar.

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