quinta-feira, 30 de maio de 2013

O símbolo do chavismo

     A notícia não poderia ser mais representativa do milagre venezuelano operado nessa lastimável Era Chávez, que transcende à morte do seu inspirador. Segundo nos conta O Globo, "a polícia da Venezuela diz que apreendeu 2.500 rolos de papel higiênico em uma invasão, durante a noite de quarta-feira , a um armazém clandestino que guardava bens escassos".
     O simbolismo é de uma enorme força. Em um país com a economia destroçada, inteiramente dependente da produção de petróleo, não é de se estranhar que o papel higiênico tenha se tornado um objeto de desejo da população, capaz de estrelar o mercado negro .
     Em Cuba, essa medíocre ditadura que ainda inspira grande parte das lideranças da América do Sul, os infelizes (muitos não sabem, mas são infelizes, sim) súdidos dos irmãos Castro há muito tempo usam o 'jornal' oficial do Partido Comunista, o Granma, como substituto do acessório dos banheiros. Pelo menos para esse fim ele, o jornal, serve.
     Na Venezuela de Nicolás Maduro a sociedade convivia com confortos desconhecidos em Cuba. A crise, que qualquer pessoa razoavelmente informada sabia que era questão de tempo, está expondo com mais nitidez a fragilidade de um projeto de poder assentado na riqueza mineral.
     Abundante, o petróleo alimentou o populismo chavista, embalado pela alta de preços no mercado internacional. É inegável que houve, paralelamente, um processo de redução da miséria, oriundo da distribuição de benesses conquistadas com a exportação do produto, transformado em moeda de troca.
     Com dinheiro sobrando, Hugo Chávez não teve o cuidado de ampliar a capacidade industrial do país. A agricultura regrediu. A Venezuela passou a comprar quase tudo o que precisava. A conta da irresponsabilidade está começando a ser paga.

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