segunda-feira, 27 de maio de 2013

A publicidade companheira

     Sou totalmente a favor do controle sobre o uso indevido, por políticos de todos os matizes, do horário eleitoral e dos meios de comunicação em geral. Portanto, nada a opor à decisão do Tribunal Superior Eleitroral de supender inserções do PSDB que exaltavam não o programa partidário, mas o virtual candidato à presidência da República, o insosso senador Aécio Neves.
     Mas não posso deixar de reconhecer que representantes do partido têm razão quando argumentam que o rigor não é aplicado em relação aos detentores do poder. No caso, a presidente Dilma Rousseff, em campanha pela releição há exatos dois anos e cinco meses, desde o primeiro momento em que tomou posse.
     Os primeiros meses de 2013, em especial, estão sendo usados agressivamente pelo Governo, através da massificação de peças publicitárias meramente eleitoreiras e - como destacou um senador qualquer da oposição - com o abusivo recurso às cadeias de rádio e televisão, convocadas para anunciar 'inauguração' de pedras fundamentais.
     Os gastos claramente desnecessáros da Petrobras e da Caixa Econômica Federal com publicidade chegam a ser agressivos, além de tendenciosos. É evidente que a preocupação mais forte é com a sedimentação da imagem do governo, visando à sua consolidação, à sua perpetuação no poder.
     "Todos fazem ....", alguém poderia argumentar. E daí? As fabulosas quantias destinadas à exaltação dos poderosos de plantão poderiam ser destinadas a projetos eficientes, que atendessem às necessidades da população. O que se vê, no entanto, é o dinheiro escorrendo pelo ralo, enchendo os cofres de agências e bolsos de companheiros e companheiras apadrinhados.

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