quinta-feira, 7 de março de 2013

Royalties para todos

     Alguém tinha alguma dúvida que o Congresso derrubaria o veto presidencial à lei que democratiza a distribuição de royalties da exploração de petróleo? É evidente que deputados e senadores estranhos ao eixo Rio-Espírito Santo- São Paulo defenderiam seus estados, ou não estariam sendo coerentes. Todos sabiam disso, especialmente a presidente Dilma Rousseff, que apenas e tão-somente jogou para a plateia, ao vetar e propor a destinação futura do dinheiro para a educação.
     Malandramente, o Governo lavou as mãos e posou de mocinho, ao mesmo tempo em que deixou o barco correr a favor dos cofres da maioria absolutíssima dos estados. No fim, ficou bem com todos.
     Particularmente - e tenho repetido essa opinião -, sou inteiramente favorável à ampla, geral e irrestrita distribuição de todas as riquezas nacionais, independentemente do resultado do que eu chamo de 'roleta geológica'. Ou não seríamos uma Nação. É claro que defendo a indenização por investimentos e cuidados inerentes à exploração de petróleo. Não seria justo que os estados produtores pagassem para gerar as rquezas.
     Os lucros, dividendos etc, no entanto, devem ser bens nacionais. Não somos - nós, que nascemos ou vivemos no Rio, por exemplo - mais brasileiros do que sergipanos. O Brasil é o resultado do seu conjunto, do sentimento e das lutas que produziram esse país continental, tão diverso dos seus vizinhos.
     Temos, nós, das regiões Sul e Sudeste, uma dívida histórica que a produção de petróleo pode ajudar a começar a pagar. Atribuo essa histeria em torno da questão dos royalties aos velhos e deletérios interesses político-eleitoreiros, à briga por holofotes, especialmente às vésperas de eleições (e nós vivemos às vésperas de eleições, constantemente ...).
     Quanto mais democrática for a distribuição das riquezas nacionais, melhor será para o conjunto dos estados, para o país como um todo.

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