Não consigo enxergar uma saída digna para a Venezuela, a curto
prazo. Os últimos catorze anos de mediocridade, estupidez, ignorância,
demagogia, populismo barato e sordidez ideológica capitaneados pelo presidente
Hugo Chávez moldaram um país mequetrefe, para usar uma expressão bem a gosto
dos defensores de bandoleiros e assemelhados.
A patética aparição do vice-presidente Nicolás Maduro ao
anunciar a norte do chefe e todo o circo fúnebre montado a partir de ontem são
prenúncios de um futuro lamentável para o país, que vai sofrer muito antes de
conseguir cruzar a barreira do atraso institucional em que se atolou.
O culto à personalidade e o apelo ao artifício do inimigo da
pátria fazem parte do receituário mambembe de governos de terceira categoria,
como o venezuelano e o cubano, seu paradigma.
A comoção - que é real, especialmente entre as camadas mais ignorantes
do povo venezuelano – é uma aliada da quebra das normas institucionais.
Quanto mais tempo o defunto continuar insepulto, melhor para
os que se propõem a atropelar a lei, que já vinha sendo agredida desde que
ficou constatada a impossibilidade de Hugo Chávez assumir o governo para o qual
– é verdade! – foi eleito.
A lenta agonia e toda a encenação em torno da ‘recuperação’
do presidente serviram para acomodar os interesses, forjar saídas. A Venezuela
continua sendo governada por alguém que não tem o direito legal de fazê-lo, mais
um personagem ridículo nessa tragédia sul-americana.
O elenco de canastrões já começou a se formar em Caracas,
onde desembarcaram os inacreditáveis presidentes argentino, Cristina Kirchner,
e boliviano, Evo Morales, dois dos que mais podem perder com a morte de Chávez,
símbolos maiores do que há de pior no mundo da política internacional.
Pobre Venezuela!
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