quarta-feira, 6 de março de 2013

Pobre Venezuela (2)


     Não consigo enxergar uma saída digna para a Venezuela, a curto prazo. Os últimos catorze anos de mediocridade, estupidez, ignorância, demagogia, populismo barato e sordidez ideológica capitaneados pelo presidente Hugo Chávez moldaram um país mequetrefe, para usar uma expressão bem a gosto dos defensores de bandoleiros e assemelhados.
     A patética aparição do vice-presidente Nicolás Maduro ao anunciar a norte do chefe e todo o circo fúnebre montado a partir de ontem são prenúncios de um futuro lamentável para o país, que vai sofrer muito antes de conseguir cruzar a barreira do atraso institucional em que se atolou.  
O culto à personalidade e o apelo ao artifício do inimigo da pátria fazem parte do receituário mambembe de governos de terceira categoria, como o venezuelano e o cubano, seu paradigma.  A comoção - que é real, especialmente entre as camadas mais ignorantes do povo venezuelano – é uma aliada da quebra das normas institucionais.
     Quanto mais tempo o defunto continuar insepulto, melhor para os que se propõem a atropelar a lei, que já vinha sendo agredida desde que ficou constatada a impossibilidade de Hugo Chávez assumir o governo para o qual – é verdade! – foi eleito.
     A lenta agonia e toda a encenação em torno da ‘recuperação’ do presidente serviram para acomodar os interesses, forjar saídas. A Venezuela continua sendo governada por alguém que não tem o direito legal de fazê-lo, mais um personagem ridículo nessa tragédia sul-americana.
     O elenco de canastrões já começou a se formar em Caracas, onde desembarcaram os inacreditáveis presidentes argentino, Cristina Kirchner, e boliviano, Evo Morales, dois dos que mais podem perder com a morte de Chávez, símbolos maiores do que há de pior no mundo da política internacional.
     Pobre Venezuela!

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