segunda-feira, 11 de março de 2013

Canalhice ideológica

     Você sabe, mesmo, o que o governo brasileiro pensa sobre o Irã, a Coreia do Norte e a Síria? Ou sobre algo - digamos - mais prosaico, como o estímulo do governo chinês à matança de elefantes, para extração do marfim? É claro que alguém com um mínimo de informação sabe que fazemos parte dos apoiadores do que há de pior no mundo, inlcuindo, nessa relação, os governos venezuelano e cubano, é claro.
     Esse apoio, entretanto, não é evidente, transparente. É algo escamoteado, disfarçado, covarde, politicamente vigarista, insustentável ideologicamente. E conta com o apoio iníquo de autointitulados liberais, a turma que divide o mundo entre os bons (todos de 'esquerda', é lógico) e o resto.
     Não li um comentário ou manifestação sequer que tenha partido dos nossos 'setores progressistas' sobre o comportamente irracional e criminoso, por exemplo, do governo coreano do norte, ao insistir em testes nucleares e em ameaças à Coreia do Sul, contra determinação do Conselho de Segurança da ONU. Nossos governantes, como de hábito, mantiveram-se em conveniente silêncio.
     Basta, entretanto, que algum soldado israelense reaja com rigor às pedradas e bombas de algum palestino ignorante para que o caso se transforme em comoção. E os nossos ambientalistas, que tapam os olhos quando os camaradas chineses inflacionam o mercado da morte da fauna africana?
     Para ficar em um tema mais próximo: os herdeiros do bufão Hugo Chávez atropelaram a Constituição e estão transformando as próximas eleições em um grande circo macabro, destinado a eleger um cadáver para sempre insepulto, sob as bênçãos da turma palaciana. Fico procurando uma dose de indignação que seja, contra o desrespeito à Lei, mas não encontro. E não consigo esquecer o que a covardia brasileira fez com o Paraguai, quando da destituição constitucional do 'bispo' priápico que comandava o país.
     Por aqui, em terras brasilienses, a justa revolta contra a eleição de um deputado racista e homofóbico para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara perde credibilidade quando não é acompanhada pela necessária reação à indicação de quadrilheiros e corruptos petistas para a Comissão de Constituição e Justiça.
     Mas essa é a lógica canalha que vem prevalecendo no Brasil, em especial, e na América do Sul, em geral, com as honrosas exceções do Chile e da Colômbia, principalmente. Aqui, pede-se o enforcamento de um pastor vigarista, mas esquece-se com extrema facilidade a agressão moral que representa a presença de José Genoíno e João Paulo Cunha no Congresso. Mas João e José são petistas e, por consequência, 'de esquerda'. E aí ...

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