segunda-feira, 18 de março de 2013

'Despacio' com o andor, Dona Cristina

     Dilma Rousseff e essa inacreditável Cristina Kirchner deram, em Roma, exemplos de presidentes irmanadas pela falta de senso crítico. A nossa, com aquela prepotência que caracteriza seu partido e, em especial, seu inventor, decidiu 'ensinar o padre a rezar a missa'. Não diretamente, que ela não se atreveria, mas em conselhos ao novo papa, feitos de 'improviso', em uma rápida entrevista coletiva, e reproduzidos por todo os nossos jornais e assemelhados.
     Segundo Dilma, Francisco deve "respeitar as liberdades de cada um", seja lá o que isso for. Talvez queira dizer que seus companheiros petistas tinham todo o direito de roubar os cofres públicos. Ou que seu antecessor deveria ter a liberdade de manter uma 'amiga' íntima às custas do Governo. São elocubrações a que eu me permito, diante da 'profundidez' das declarações de nossa mais alta dignatária.
     Cristina Kirchner, por sua vez, pediu a intervenção divina - afinal, Francisco é o representante dos céus aqui na terra - para abrir um diálogo com o Reino Unido sobre a questão das ilhas Falklands (ela e Dilma referem-se ao arquipélago como Malvinas). Trocando em miúdos, ela quer que o papa, chefe da Igreja Católica, convença a rainha, chefe da Igreja Anglicana, a abrir mão de um território que é britânico há quase 200 anos seguidos, por opção dos seus habitantes, como ficou comprovado na recente consulta popular.
     Segundo O Globo, a presidente argentina teria usado, para reforçar o pedido, uma frase que demonstra cabalmente sua absoluta falta de noção: "Os dois países têm governos democráticos e não há perigo de nenhuma natureza bélica". Ela convenientemente esquece que quem procurou briga foi a Argentina, e levou uma surra memorável há 30 anos. E que foi ela quem andou criando novo clima de beligerância, para desviar as atenções do desastre que é seu governo.
     Sendo assim, aí vai minha modesta recomendação: 'despacio' com o andor, Dona Cristina.

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