Saí cedo - com duas horas e meia de antecedência -, prevendo eventuais desencontros nesse percurso de apenas 45 quilômetros. Mas não imaginava ficar plantado, no sol, por quarenta longos minutos. É bem verdade que passou um ônibus da linha que me interessava, mas passou 'batido', ignorando os acenos dos que estavam no ponto, apesar de vazio.
Suado, irritado e frustrado, resolvi voltar para casa, abrindo mão do reencontro efetivo com meus jovens colegas, nas primeiras aulas de História do Brasil e História Moderna, nesse início tardio de terceiro período (ainda estamos nos adaptando à vida pós-greve).
No meu caso, a perda pode ser compensada com a leitura dos textos discutidos em aula. No dia a dia de milhões de usuários, não há essa possibilidade. Especialmente por aqui, nessa abandonada Zona Oeste. O sistema de transporte público é uma falácia. O Rio, em especial, a cada dia mais se torna inviável.
Para os que têm o privilégio de passar pela orla, a deplorável (ausência de) mobilidade urbana é parcialmente compensada pela contemplação. Aos que se arrastam pelo restante da cidade (maioria absoluta), enfurnados em carros particulares ou esmagados no e pelo transporte público, nem isso.
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