sábado, 12 de abril de 2014

O silêncio dos culpados

     Vocês têm visto ou ouvido a presidente Dilma Rousseff por aí? Eu não. Desde que a roubalheira na Petrobras passou a dominar o noticiário político-criminal do país, nossa gerente desapareceu de cena, como se estivesse tentando dizer que não tem nada com isso, apesar de ter sido ministra das Minas e Energia, da Casa Civil e presidente do Conselho da empresa. Repete, por omissão, o comportamento de seu mentor, o ex-presidente Lula, que foge sempre que é flagrado em alguma situação comprometedora, contando com a falta de memória da população.
     Dona Graça Foster, a presidente da empresa que mais perdeu valor no mundo que interessa, também está quieta, acuada em seu gabinete. A promessa de apurar tudo, "doa a quem doer", ficou no mundo da retórica. De fato, todos - Governo e Petrobras - estão fazendo o possível para abafar o escândalo, evitar investigações. Esse comportamento me dá o direito de especular: estão ganhando tempo para negociar o silêncio dos diretores envolvidos na bandalheira, em especial Paulo Roberto Costa, que está preso e - ao que sugere o noticiário - disposto a falar o que sabe.
     Não acredito que fale. Assim como o publicitário Marcos Valério não falou. Assim como o estafeta do PT, o bovino Delúbio Soares, ficou calado e assumiu toda a 'responsabilidade' pelo que a companheirada chamava de 'caixa 2', um crimezinho menor, na visão desse ... grupo (não posso mais chamar de quadrilha, ou bando, já que os chefões foram absolvidos desse crime) que dirige o país há onze anos.
     A relativa 'sorte' dese país é a razoável independência dos agentes da Polícia Federal, que não recuam nem mesmo quando seu trabalho é claramente esvaziado, como agora, mais uma vez, pelo Ministério da Justiça. Pois se depender do Executivo ou do Legislativo, dominados pela parceria entre PT e PMDB, jamais chegaremos ao fundo das investigações.
     E cabe reconhecer, novamente, o papel decisivo da imprensa, que - de uma maneira ou outra, aos trancos, pressionada, chantageada - vem enfrentando o desafio de exibir a face deletéria dos nossos governantes. Não por acaso, ela, a imprensa, é uma das instituições mais respeitadas pela população, para horror dessa gente que jamais desistiu de reeditar a censura, seguindo os passos de meros ditadores - como os cubanos, chineses e coreanos do norte - ou aprendizes baratos, como o venezuelano Nicolás Maduro e a argentina Cristina Kirchener.

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