segunda-feira, 14 de abril de 2014

Estelionato retórico

     Nossa presidente, incapaz de articular meia dúzia de frases que façam sentido entre si, mostrou-se uma aluna aplicada dos marqueteiros de plantão em Brasília, hoje, ao transformar o lançamento de um navio (algo corriqueiro em países razoavelmente relevantes no mundo) em um palanque eleitoreiro e - não poderia ser diferente!!!- demagógico.
     Agindo se não tivesse nada com o assunto, acusou seus 'opositores' de estarem destruindo a imagem da Petrobras, como se eles - os opositores -, e não seus correligionários e parceiros, fossem os responsáveis pela roubalheira que envergonha o país e devasta nossa principal empresa. Segundo ela, e O Globo reproduziu, "como presidenta", vai defender a empresa com todas as forças.
     Poderia começar essa luta - tomo a liberdade de sugerir -, recolhendo sua tropa de choque (desfalcada do ainda deputado federal André Vargas, aquele que estava fazendo a "independência" ao lado de um notório criminoso) e apoiando a CPI que está sendo pretendida pela parcela mais decente do Senado justamente para investigar a bandalheira companheira.
     Bandalheira, 'presidenta" (ela insiste em se chamar assim), que é a grande responsável pela destruição da imagem da nossa maior empresa. E, cara 'presidenta', não são ações individuais e/ou pontuais, como a senhora tentou nos impingir. São atos coordenados, de uma verdadeira quadrilha que assaltou a empresa a partir da vitória petista nas eleições presidenciais.
     A Petrobras, graças ao banditismo gerado pelo aparelhamento, transformou-se em uma arma que o governo passou a usar para comprar apoios e distribuir benesses. O resto é puro estelionato retórico, vigarice destinada a desviar o foco da indignação nacional. Num passado não muito distante, o chefão dos chefes do Mensalão disse que foi "traído". Pouco depois, chamou de "aloprados" aqueles que foram flagrados com as mãos enfiadas no lixo dos dossiês falsos contra adversários.
     Dilma Rousseff, de maneira idêntica, tenta, com esse discurso de beira de cais, nada mais do que reduzir o impacto de mais um escândalo na sua escalada para o segundo mandato.

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