quinta-feira, 3 de abril de 2014

'Doa a quem doer'

     Sou absolutamente contrário às doações de campanha feitas por empresas, que acabam de começar a ser soterradas pelo Supremo Tribunal Federal. Essa prática deletéria certamente está por trás de grande parte das pilantragens que marcam o cotidiano político brasileiro. É evidente que a empreiteira que abre os cofres para partidos e candidatos está contando com um agradecimento normalmente consistente, volumoso e quase sempre indecoroso.
     Os escândalos que marcaram especialmente esses últimos onze anos de reinado petista são o exemplo indiscutível de que o sistema eleitoral brasileira precisa de proteção, de uma rede que o coloque a salvo da ganância de empresários sem coloração política e de políticos desprovidos de dignidade.
     Se, de algum modo, conseguirmos colocar um muro entre eles - ao menos nessa promíscua relação -, haverá um ganho para a democracia e menos prejuízos para os cofres públicos, que ficarão menos suscetíveis às cobranças pelos 'favores eleitorais'. Embora gasto pelo uso, continua prevalecendo a antiga máxima de que não há almoço gratuito.
     No caso brasileiro, a conta da ladroagem é sempre paga pelo país.

      PS: Um adendo: não me sensibiliza, contrariamente, o fato de essa restrição vir a favorecer o PT, caso prevaleça, o financiamento público de campanha, que privilegia as maiores bancadas (leia-se PT e PMDB). PSDB e os demais 'oposicionistas' que lutem para aumentar suas representações, denunciando, de fato, as pilantragens dessa gente que está no poder há onze anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário