quarta-feira, 2 de abril de 2014

Omissão criminosa

     A historicamente bem-sucedida diplomacia brasileira nunca passou por um momento tão lastimável quanto nesses onze anos da era de trevas iniciada no primeiro governo Lula. Ministros desprovidos de brilho próprio submeteram a Casa de Rio Branco a situações de vexame, alinhando-se, sempre, ao que havia de pior no mundo.
     Incapaz de se fazer respeitar sequer  América Latina, nosso país amargou, calado, agressões da Argentina, Venezuela e Bolívia, que se apossaram de patrimônios brasileiros, sem que houvesse uma reação minimamente digna. Ao contrário. Em nome de uma absolutamente discutível solidariedade, o Governo abriu mãos de riquezas que não lhe pertenciam, e sim à sociedade.
     Não satisfeito com a própria pusilanimidade frente aos arroubos 'bolivarianos', o país adotou uma postura política indefensável, solidarizando-se com governos arbitrários, ditatoriais, violentos e - como no caso venezuelano, em especial - assassinos.
     O caso mais emblemático desse desvio de caráter ocorre no apoio ao arremedo de ditadura que devasta a Venezuela e já provocou quase cinco dezenas de mortos. O avanço desse sofrível e estúpido presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sobre a liberdade é assustador, mas não sensibiliza nossos governantes.
     Ao contrário. Alegando uma posição de neutralidade face a acontecimentos em nações soberanas, estimula e coonesta o arbítrio, a perseguição a adversários políticos, o cerceamento da liberdade de imprensa, a intimidação, a barbárie das milícias patrocinadas pelo poder central e treinadas por agentes cubanos que operam em solo venezuelano.
     Como afirmou à Veja a deputada MarÍa Corina Machado, da oposição venezuelana e que está no Brasil a convite da Câmara,  "o tempo para a indiferença já passou", referido-se à omissão do governo brasileiro face à violência no combate aos protestos no seu país. Para ela, que foi cassada por ordem do Governo, "na Venezuela, não há democracia; há um regime que atua como uma ditadura", o que exigiria uma posição  firme do Brasil.

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