Incapaz de se fazer respeitar sequer América Latina, nosso país amargou, calado, agressões da Argentina, Venezuela e Bolívia, que se apossaram de patrimônios brasileiros, sem que houvesse uma reação minimamente digna. Ao contrário. Em nome de uma absolutamente discutível solidariedade, o Governo abriu mãos de riquezas que não lhe pertenciam, e sim à sociedade.
Não satisfeito com a própria pusilanimidade frente aos arroubos 'bolivarianos', o país adotou uma postura política indefensável, solidarizando-se com governos arbitrários, ditatoriais, violentos e - como no caso venezuelano, em especial - assassinos.
O caso mais emblemático desse desvio de caráter ocorre no apoio ao arremedo de ditadura que devasta a Venezuela e já provocou quase cinco dezenas de mortos. O avanço desse sofrível e estúpido presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sobre a liberdade é assustador, mas não sensibiliza nossos governantes.
Ao contrário. Alegando uma posição de neutralidade face a acontecimentos em nações soberanas, estimula e coonesta o arbítrio, a perseguição a adversários políticos, o cerceamento da liberdade de imprensa, a intimidação, a barbárie das milícias patrocinadas pelo poder central e treinadas por agentes cubanos que operam em solo venezuelano.
Como afirmou à Veja a deputada MarÍa Corina Machado, da oposição venezuelana e que está no Brasil a convite da Câmara, "o tempo para a indiferença já passou", referido-se à omissão do governo brasileiro face à violência no combate aos protestos no seu país. Para ela, que foi cassada por ordem do Governo, "na Venezuela, não há democracia; há um regime que atua como uma ditadura", o que exigiria uma posição firme do Brasil.
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