sábado, 15 de junho de 2013

Uma tarde de vaias

     Se depender apenas das vaias recebidas na abertura da Copa das Confederações, hoje à tarde, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff já pode encomendar a faixa e se preparar para o segundo mandato. O público que foi repreendido pelo presidente da Fifa - como se ele tivesse esse direito! - não é absolutamente representativo da massa eleitoral que decide e que torce, mesmo, é pela manutenção dos programas assistenciais que ela - essa massa - vincula à atual Era Lula.
     É verdade que um coro de vaias incomoda, especialmente quando vem logo depois de uma queda na aprovação. E não deixa de ser um aviso, um lembrete. Mas Lula também foi vaiado. No caso atual, os apupos estão ligados, sim, à repercussão das manifestações contra o aumento das tarifas dos transportes urbanos. De algum modo, a presidente também foi atingida pelos cassetetes da PM paulista, em especial, embora seu Governo já tenha começado a esboçar uma mudança de rumo.
     Da condenação aos atos de vandalismo e da aprovação da intervenção policial para restaurar a ordem, passou diretamente à condenação da estupidez da repressão registrada na mais recente manifestação. Sem baldeação na análise dos fatos ou parada reflexiva. Infelizmente, para Dilma, não houve tempo para que o PT e seus aliados mais diretos se aliassem ostensivamente aos manifestantes, como já está programado.
     No meio do caminho havia o jogo da Seleção Brasileira e a grande oportunidade que uma parcela expressiva (mas não determinante) da sociedade manifestasse seu desagrado com os rumos do país, e não apenas com o preço das passagens. Em Brasília, os vinte centavos do aumento sequer apareceram como troco. Quem pode pagar pelos ingressos não está, realmente, preocupado com moedinhas.

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