O Senado decidiu, afinal, o que a parcela decente do país vem dizendo há muito tempo. Em síntese: não deve haver perdão também para os crimes de corrupção. Simples assim. O projeto que amplia as penas estava parado desde o ano passado e ainda vai passar pela Câmara, antes de ser levado à presidente Dilma Rousseff. Não interessava à maioria governista aprovar algo que, há um ano, poderia desabar sobre a cabeça dos quadrilheiros petistas e assemelhados.
Hoje, pressionados pela força das manifestações justas, nossos políticos correm para dar uma satisfação ao distinto eleitorado. Antes tarde do que nunca, é claro. Mas não deixa de ser lamentável que o provável novo peso das punições aos corruptos não possa retroagir. Talvez ajude - e isso é uma possibilidade real - na reflexão dos novos membros do Supremo Tribunal Federal, responsáveis por atender, ou não, aos recursos dos bandoleiros condenados.
O Brasil que protesta de forma incisiva, mas democrática, provavelmente não aceitaria um retrocesso. Como explicar - à legião que tem ido às ruas exigir renovação e dignidade - que determinados personagens têm autorização para roubar?
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