sexta-feira, 14 de junho de 2013

Justiça amiga

     Vocês sabem quem presidirá o Tribunal Superior Eleitoral no ano que vem, quando haverá eleições para presidente, senador, governador e deputados federais? Ele, o ministro Dias Toffoli, aquele mesmo que fez dupla com Ricardo Lewandowski durante o julgamento do Mensalão do governo Lula e defendeu abertamente a impunidade. O ministro - acho que ninguém esqueceu - foi empregado do PT e trabalhou ardorosamente em três campanhas.
     Pois, sob sua presidência, teremos dois ministros que também trabalharam para o PT nas últimas eleições, como destaca a Folha de hoje. Certamente são ótimos profissionais, ou não teriam sido escolhidos. E já se declaram totalmente aptos a julgar qualquer incidente futuro que venha a envolver a campanha da presidente que os nomeou. Precisamos acreditar nisso. Mas o histórico recente do Mensalão gera dúvidas. Dúvidas que poderiam ser evitadas.
     Dias Toffoli e Lewandowski não se intimidaram com os holofotes sobre suas atuações nem com a reação da parte decente da Nação, que é maioria. Indiferentes ao clamor por justiça, extrapolaram na defesa dos companheiros petistas que faziam parte da quadrilha que assaltou os cofres públicos.
     Ou - podemos admitir, para efeito de discussão - apenas e tão-somente aplicaram seus conceitos independentes. Mas a estreita ligação partidária lançou as inevitáveis suspeitas sobre suas atuações. Em determinado ponto, os dois passaram a ser hostilizados quando ousavam aparecer em público. Um desgaste desnecessário.
     A atuação dos novos ministros do TSE certamente passará por um crivo semelhante. E a ligação de ambos com o esquema de poder invariavelmente será alvo de restrições. A própria Justiça, em sentido mais amplo, poderá ser vítima de comparações com o arremedo de instituição venezuelano.
     Não quero acreditar que os objetivos sejam os mesmos.

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