quarta-feira, 12 de junho de 2013

A capitulação da Lei

     É inacreditável a força que o Brasil vem fazendo para servir de exemplo de país bananeiro, demagógico, populista. A mais recente demonstração de pusilanimidade - o que lamento profundamente - surgiu de um dos raríssimos setores da vida nacional que têm dados sinais de sobriedade, o Ministério Público, como destaca o Estadão, em matéria sobre os atos de vandalismo ocorridos em São Paulo, sob o pretexto repúdio ao reajuste das tarifas de transporte público.
     O MP, no lugar de exigir a punição exemplar dos baderneiros que destruíram bens particulares e públicos, propôs a suspensão da adoção da nova tarifa, para dar tempo a negociações e evitar o confronto anunciado para amanhã. Só faltou exigir a realização de reunião entre os líderes do quebra-quebra e as autoridades legalmente constituídas. Algo como colocar frente a frente um desajustado social e o governador do Estado.
     Por razões claramente ideológicas e insustentáveis racionalmente, as leis de nosso país vêm sendo atiradas no esgoto por grupos claramente induzidos por militantes político-partidários ligados ao esquema de poder que se estabeleceu há dez anos e meio. A irracionalidade dos atos de violência praticados por diversos segmentos, notadamente o MST, se alastrou, graças à complacência e cumplicidade de personagens e instituições que miravam, sempre, no poder.
     Já escrevi sobre isso algumas vezes. Repito agora: como exigir respeito às leis, se os que hoje estão no poder central passaram a vida estimulando a provocação, o desrespeito, as agressões, os pontapés, a destruição de bens públicos e particulares, a pilhagem dos cofres da Nação?
     Não. A discussão não se dá sobre dez ou vinte centavos. Não nos iludamos, nem deixemos que nos iludam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário