segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Um circo mambembe

     Uma notícia curta, em uma das seções de Veja, revela que o deputado federal mais votado do Brasil (mais de um milhão de votos!!!), o palhaço Tiririca (PR-SP) anda amuado, desiludido. Já estaria, até, decidido a não concorrer à reeleição em 2014. Talvez seja o resultado do aprendizado, desses dois anos passados em Brasília, ao lado de 512 outros parlamentares. Tiririca - você devem lembrar - construiu sua 'plataforma política' afirmando que não sabia o que um deputado faz no dia a dia.
     Pela disposição em voltar aos picadeiros, deve ter descoberto que seus novos colegas não têm a menor graça. Ou que não dão a menor confiança à opinião pública. Mal trabalham - de terça a quinta, quando muito -; empregam dezenas de amigos e parentes; viajam e moram de graça; recebem ajuda para comprar roupa; pagamentos extradordinários para cumprir a obrigação; e salários irreais. Raríssimos apresentam projetos dignos desse nome.
     Nos próximos dois anos, Tiririca será liderado pelo novo presidente da Câmara, o deputado Henrique Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, eleito com sobras, hoje, em primeiríssimo turno (teve 271 votos, quando precisava de 249 para sacramentar a vitória). Mais uma vez nossos representantes mostraram que não estão preocupados com a repercussão de seus atos.
     Na semana passada, o Senado deu o tom da 'renovação', ao reconduzir o senador alagoano Renan Calheiros, também do PMDB, à presidência da Casa, substituindo José Sarney. Nos dois casos, com amplo, geral e irrestrito apoio do Governo. Nunca PMDB e PT estiveram tão unidos, entrelaçados, coesos em torno do mesmo projeto de poder. Há uma perfeita identidade entre eles. Uma trama costurada pelo ex-presidente Lula, o artífice dos mais desprezíveis acertos realizados nos últimos 10 anos.
     Dos três Poderes da República, apenas um - o Judiciário - tem dado exemplos de independência, de vigor, inconformismo com a falta de escrúpulos que vem marcando a administração desse país. O Legislativo, com as recentes decisões, assumiu sua submissão e desimportância. Transformou-se em um circo mambembe.

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