terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Mudam apenas as moscas

     É evidente que o enredo seria mantido. O peemedebista Henrique Alves, novo presidente da Câmara, e o petista Marco Maia, seu antecessor, ostentam o mesmo perfil: eles têm a cara da desfaçatez que vem corroendo o poder Legislativo especialmente nos últimos anos dessa inacreditável Era Lula. Um e outro defendem o indefensável, o confronto com o Supremo Tribunal Federal, abrindo brecha para uma possível, sim, preservação dos mandatos dos bandoleiros condenados por corrupção e formação de quadrilha no julgamento do Mensalão.
     Maia, com a arrrogância que caracteriza os despudorados, despediu-se da presidência com um discurso ofensivo, provocador. E não falou apenas por ele mesmo, é claro. Externou o pensamento dominante no seu partido e, por consequência, no próprio Governo. Repetiu o mantra entoado pelos asseclas dos bandoleiros, dando a ele - mantra - um verniz de defesa do Legislativo. Pura vigarice retórica.
     O que ele e seus companheiros querem é desmerecer o STF, transformar um julgamento claro e absolutamente transparente em algo contraditório. Essa turma, que roubou os cofres públicos, não tem o menor constrangimento em esboçar as teorias mais estapafúrdias para desacreditar os juízes da nossa mais alta Corte, único empecilho ao avanço do 'vale-tudo ideológio' destinado a perpetuar o atual esquema de poder.
     Maia, assim como o presidente do PT, o quase inigualável Rui Falcão, dá voz ao que o ex-presidente Lula e seus mentores pensam, mas não têm coragem de dizer, temendo o impacto negativo inevitável gerado pela defesa de condenados. O papel vagabundo de porta-vozes da ignomínia é sempre assumido por algum obreiro menos qualificado. No Governo, por exemplo, essa tarefa cabe aos 'ministros' Gilberto Carvalho (assuntos 'internos') e Marco Aurélio Garcia, quando o tema remete à política externa.
     Henrique Alves, embora reticente, mostrou que está coerente com o que a parceria PT/PMDB espera dele.

     PS: O PSDB escolheu a dedo seu representante no comando do Senado: o senador paraense Flexa Ribeiro. Justamente alguém que é acusado de beneficiar uma empresa de sua propriedade e que responde a processo no STF. Nunca tantos se mereceram tanto.

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