sábado, 16 de fevereiro de 2013

Marina ficou no muro


     Começa mal o novo partido político brasileiro - o Rede Sustentabilidade - lançado formalmente hoje pela ex-senadora e ex-ministra do Governo Lula Marina Silva (é o 31º ou 32º, não sei bem). Claramente disposta a não bater de frente com a presidente Dilma e seus ex-companheiros de PT, Marina saiu-se com uma pérola do 'encimadomurismo'. Segundo ela - e o Estadão reproduziu -, a nova legenda "não será de oposição, nem da situação". Só faltou completar com o "muito pelo contrário", para garantir o tom burlesco.
     Lembrou, por proximidade, o discurso do presidente do PSD, o ex-prefeito paulista Gilberto Kassab, quando da fundação do partido: não seria de direita, de esquerda, nem de centro. Marina seguiu a mesma fórmula genérica. Quer se apresentar como opção, mas sem contestar, denunciar, apontar as enormes incoerências desses dez anos dessa lamentável Era Lula, recheada de escândalos e denúncias.
     Embora apontando essa indefinição política, reconheço na ex-senadora atributos que não consigo enxergar em outros políticos também candidatos ao Palácio do Planalto, incluindo a atual ocupante. Marina Silva tem uma história pessoal irretocável e pode ser apontada, sim, como um exemplo de superação e determinação.
     Por sua independência e postura digna, foi afastada do governo Lula e do PT, o que conta favoravelmente. Falta a ela, no entanto, mais definição. A bandeira ecológica, necessária, é insuficiente para compor o perfil fundamental à disputa pelo mais alto posto da Nação. Dizer-se "diferente", como ela fez referindo-se ao novo partido, é pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário