segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dilma e os "picaretas"

     Já foram 300, segundo o ex-presidente Lula. Trezentos "picaretas", disse ele, referindo-se, em especial, a 60% dos deputados federais. Hoje, de acordo com a presidente Dilma Rousseff, em mensagem enviada pela abertura do ano legislativo, o Congresso é uma vítima da incompreensão: "Nesse momento em que a atividade política é tão vilipendiada, faço questão de regustrar meu sincero reconhecimento ao imprescindível papel do Congresso Nacional na construção de um Brasil mais democrático, justo e soberano", destacou a presidente.
     Tenho dúvidas quanto ao domínio que eventualmente nossa presidente tem sobre a nossa língua. Seria vilipêndio apontar as manobras sujas realizadas nos bastidores; os acertos das bancadas; as trocas de favores; as negociatas em torno de emendas; o execrável espírito de corpo que perdoa criminosos pegos em flagrante; o uso abusivo de vantagens?
     É evidente que há exceções, em quase todos os partidos. Mas apenas confirmam a regra. A responsabilidade pela péssima reputação que recai sobre nossos congressistas é toda deles, que dão seguidas demonstrações de desprezo pelos anseios da sociedade.
     As mais recentes ainda estão repercutindo: as eleições dos presidentes do Senado e da Câmara, ambos (Renan Calheiros e Henrique Alves, respectivamente) atropelados por diversas acusações. Voltando um pouco no tempo, assistimos ao ex-presidente da Câmara afrontar o Supremo Tribunal Federal, em defesa de bandoleiros condenados à cadeia.
     A grande diferença entre o Congresso repleto de "picaretas" e o de hoje está na incorporação da imensa maioria pelo Governo. Os "picaretas" de então são a base que dá sustentação ao esquema de poder estabelecido pelo PT.

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