segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pimenta no Paraguai era refresco


     Quando o Congresso, a Justiça e o povo paraguaios decidiram dar um merecido pontapé nos fundilhos do priápico presidente Fernando Lugo, um ex-bispo católico que espalhava filhos e desatinos pelo país, nosso Governo foi o primeiro a estrilar, condenando o processo que resultou no impeachment. Um processo - não podemos esquecer!!! - absolutamente legal, embora pudesse ser discutido, em parte.
     O Paraguai, coitado, foi execrado, enxotado do Mercosul, que ajudou a criar, e punido pelos seus antigos parceiros, principalmente por Brasil e Argentina. Apanhou, mas não se dobrou. Ao contrário. Mostrou mais dignidade do que todos os seus vizinhos juntos.
     Hoje, ao ser questionada sobre a situação venezuelana, nossa presidente saiu-se com a mais deslavada cretinice retórica: o Brasil não pode interferir em situações internas de outros países. Mesmo que essa 'situação' seja a responsável pelo assassinato de mais de uma dezena de pessoas; pela perseguição a jornais e jornalistas; pelo caos institucional; pelo desrespeito aos preceitos mínimos que devem nortear um país democrático.
     Quando se tratava de apoiar um parceiro, no caso o tal bispo que arrebanhava ovelhas e as levava para a sacristia, não nos acanhamos (esse plural é apenas retórico: refere-se a essa gente que está no poder há onze anos) em fazer o possível para desestabilizar um governo legitimamente constituído, com apoio maciço da população e do Congresso.
     Hoje, quando está em jogo o futuro imediato de um povo governado por um dos mais estúpidos, arbitrários e ignorantes políticos do mundo - ele mesmo, Nicolás Maduro -, nossa presidente argumenta com a obrigação de se manter distante.
     Puro estelionato ideológico, especialidade da turma que está  no poder.

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