domingo, 22 de setembro de 2013

Reverência à história

     Vinha resistindo há alguns anos. Ontem, superei alguns obstáculos pessoais e participei da reunião entre antigos funcionários do velho e ainda decente Jornal do Brasil. Por mais que vários amigos insistissem, havia um travo, uma ponta de mágoa, que misturava, em mim, duas imagens que, na verdade, são distintas: a da empresa e a dos que a faziam, no dia a dia da redação, em especial, mas não somente.
     É uma constatação que parece evidente, mas que não se configurava para mim. Sem sentir, aflorava, sempre, a enorme contradição dos que exploravam não apenas uma marca que que construiu uma história, mas os que ajudaram nessa construção. E não estou falando, apenas, de contradições pontuais, como a opção pela candidatura de Paulo Maluf à Presidência, naqueles idos de 1985, mas - e principalmente - da escolha do caminho deletério da inadimplência com seus colaboradores.
     Ao assistir à alegria dos reencontros, em um restaurante no Leme, tive a certeza de que é possível, sim, reverenciar um momento, independentemente de outras circunstâncias. Foi mais um passo, algo entre negação e aceitação. Não seria justo, até comigo mesmo, sufocar tantas boas lembranças - e há muitas, ao longo dos praticamente 18 anos passados na Avenida Brasil, 500 - com o peso das incoerências de administradores que não souberam honrar o próprio destino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário