segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Herança maldita

     Nada é por acaso nesse soturno período de desmandos e vigarices iniciado há dez anos e oito meses. O noticiário de hoje, envolvendo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é apenas mais uma indicação de que nada mudou após o desastroso primeiro ano do governo Dilma, notabilizado pela profusão de escândalos que provocaram a saída de sete ministros, recorde absoluto em toda a história brasileira.
     O ministério da vez é o mesmo onde reinou o atual presidente pedetista Carlos Lupi, parceiro de primeira hora de qualquer um que esteja no poder. Ninguém menos do que o secretário-geral do MTE foi levado, coercitivamente!!!, para depor sobre acusações de diversos crimes que estão sendo investigados pela Polícia Federal, Receita Federal e Controladoria Geral da União. Crimes que vão da fraude à lavagem de dinheiro (qualquer coincidência com o Mensalão não é ocasional).
     No âmago da questão, vigarices em convênios, exatamente o mesmo crime o que foi denunciado há dois anos. É algo recorrente, não tenham dúvida. O espírito predador dos cofres públicos manteve-se inalterável, assim como os esquemas de subtração de dinheiro (estou me permitindo usar um eufemismo para roubo).
     Grupos políticos, apesar das denúncias, continuam se locupletando de determinados feudos, alguns mais lucrativos do que os outros, é verdade. Mas isso depende do poder 'politico' do aliado. O Ministério do Trabalho, por uma lógica enviesada, continua sendo destinado ao PDT, como se fosse algo hereditário, um direito adquirido graças a uma discutível tradição que remonta à fundação do PTB de Vargas, nos anos 1940 - março de 1945, para ser mais definitivo - e cujo espólio (despojo?) vem sendo arduamente disputado por petebistas e pedetistas.
    
     Há um ano e nove meses, o então ministro Carlos Lupi pediu demissão do cargo, acuado e pressionado, depois de ter feito ameaças e declarações de amor à presidente Dilma. Ao renunciar, ousou, até mesmo, insultar a memória do presidente Vargas, num arremedo de carta-testamento. Na época, afirmava que renunciava "para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo".
     Pelo que se vê, deixou seguidores à altura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário