quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Pedágio na cidade, uma excrescência!

     Cada vez que leio ou escuto a palavra 'pedágio', em evidência nos últimos dias, mais aumenta meu - digamos! - desconforto em relação à extorsão praticada na Linha Amarela, aqui no Rio, o caminho nem sempre mais rápido entre dois gigantescos engarrafamentos. Há algum tempo, pelo menos, tínhamos o 'consolo' de chegar logo aos congestionamentos que se formam diariamente nos dois extremos. Atualmente, ficamos insuportavelmente engarrafados para, afinal, ficar devastadoramente engarrafados.
     A existência de pedágio, em geral, já é uma excrescência. Afinal, pagamos pelos serviços, através dos impostos absurdos, entre eles o famigerado IPVA. Os governos têm, por definição, a obrigação de proporcionar meios de locomoção aos seus cidadãos. Faz parte do pacote do poder.
     Com muito boa vontade, aceito pagar uma cota extra para trafegar em estradas bem-cuidadas, sinalizadas, com curvas retificadas, pistas duplas e assistência. Isso, em deslocamentos interestaduais, longas distâncias. Mas defendo a tese de que não deveria haver taxa alguma, além da exorbitância que já pagamos.
     Cobrar pedágio para circulação entre bairros, como acontece na Linha Amarela, é pura e simplesmente um assalto, roubo descarado, pilantragem imposta à população que pagou cada grama de areia, cimento e ferragem usado na construção da via.
     As empresas que exploram - literalmente - essa que foi projetada para ser uma via expressa destinada a aliviar o infernal trânsito da cidade, pegaram o pacote pronto e acabado, pago pelo carioca, e vêm enchendo os cofres com o dinheiro mais fácil do mundo. Um dinheiro que - é bom lembrar - não sofre, ao menos, um controle adequado.
     Não resta, sequer, o consolo de estar contribuindo a cidade, pois o acerto entre município e operador da via sempre foi feito por estimativa de frequência, claramente subestimada. Há uma enorme zona cinzenta entre o 'estimado' e o real. É dinheiro que sai diretamente do bolso do contribuinte - absurdos R$ 10, ida e volta - para os cofres da empresa.
     E não há um vereador, sequer, que faça um discursinho vagabundo contra essa exploração. Não há uma voz que aponte o absurdo de exigir que o morador da Freguesia, por exemplo, tenha que pagar para ir a Piedade. Ou que destaque o tratamento diferenciado entre usuários que entram e saem da via antes da praça de pedágio, embora tenham percorrido um trecho muito maior do que outros, obrigados a pagar.
     Talvez - e não posso garantir, mas imaginar - uma das respostas esteja nas tais contribuições para campanhas eleitorais. Nossos candidatos a vereador e prefeito não pode se dar ao 'luxo' de discutir uma fonte segura de recursos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário