quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Em respeito à Justiça

     Resultado de julgamento, em um país democrático, como o Brasil ainda é - mesmo contra a vontade dos que estão no poder há 10 anos e quase nove meses - , deve para ser respeitado e acatado, por mais que haja, como é o caso do Mensalão do Governo Lula, um forte ingrediente emocional. Não se pode imaginar que uma decisão só seja considerada boa caso atenda ao que almejamos. Não é assim que a Justiça deve funcionar.
     É verdade, sim, que nossa mais alta Corte vem sendo conspurcada especialmente pelo comportamento de dois dos ministros. Também podemos admitir que as novas indicações foram contaminadas pelo dedo partidário, pela tentativa de ampliar o aparelhamento partidário que já marca todas as esferas. Mas não podemos, a partir de um voto que desagrada nossos corações, imaginar que a devassidão foi absolvida.
     Não me cabe - e nem tenho veleidades de possuir conhecimentos suficientes para tanto - avaliar as razões jurídicas da decisão do ministro Celso de Mello, ao aceitar os tais recursos infringentes que dão aos bandoleiros petistas e afins o direito de novo julgamento sobre o crime de formação de quadrilha. Em primeiro lugar, porque essa decisão - e isso até eu entendo!!! - não implica em absolvição. Tenho absoluta certeza que Celso de Mello, no próximo julgamento, vai manter sua decisão anterior e condenar os bandidos que assaltaram os cofres e a dignidade públicos.
     É evidente que, assim como a maioria decente desse país, eu também torcia para que o processo terminasse hoje e que os mensaleiros fossem logo para a cadeia, que é onde merecem estar. Mas, felizmente, não é assim - atendendo apenas e tão-somente à vontade popular em um determinado momento - que funciona a Justiça em países democráticos.
     Em ditaduras assassinas (perdoem-me a redundância), como as atuais coreana do norte, chinesa, iraniana e cubana, por exemplo, a Justiça é apenas uns instrumento dos poderosos de plantão. Em países que se propõem livres, ela é um aliado da dignidade. Eventualmente, como no caso atual, atende aos desejos de bandidos condenados. Mas esse é um preço que eu pago tranquilamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário