Não achei graça alguma na suposta brincadeira do ministro da Educação, Aloísio Mercadante, sobre a contratação de professores estrangeiros para suprir a dramática falta de profissionais, destacada pela Folha. Falando a deputados, em audiência na Câmara, o ministro anunciou um etéreo programa semelhante ao 'mais médicos', e tentou ser engraçadinho ao fazer uma alusão aos cubanos que estão para desembarcar por aqui.
É claro que seria algo absolutamente inadmissível, mas a contratação de médicos estrangeiros, como está se dando, também era inaceitável e está acontecendo. Nessa era que começou há dez anos e oito meses, tudo é possível, por mais estapafúrdio que pareça. O caso dos agentes cubanos que serão espalhados pelo interior do país é o exemplo mais óbvio de que não há limites para a desfaçatez oficial.
Assim, eu me permito imaginar que, se não houver uma grita retumbante, a turma de Brasília pode pensar, sim, em trazer mestres cubanos e venezuelanos para doutrinar nossos estudantes, sob o pretexto de atender à demanda em regiões menos favorecidas.
Nossa presidente, ao afirmar, no início do ano, que vale tudo em período eleitoral, deixou bem clara a filosofia oficial. Para ganhar eleição, não há limites de decência. O Mensalão do Governo Lula foi uma demonstração explícita do respeito que os atuais detentores do poder têm pelas instituições.
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