segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Diplomacia bananeira

     Nosso país anda mal, muito mal, mesmo. No plano interno, a lei e a ordem há muito tempo deixaram de ser relevantes. A economia passa por momentos desastrosos, fruto da incompetência de uma administradora lastimável. No campo das relações exteriores, passamos a nos alinhar, há algum tempo, com o que há de pior no mundo, destaque para Irã, Cuba, Venezuela e um par de ditadores africanos.
     Algumas recentes atitudes governamentais expuseram o nível do nosso declínio moral como nação democrática. Ao mesmo tempo em que estimulamos as agressões à blogueira cubana Yoani Sánchez, aceitamos calorosamente a presença do terrorista e assassino italiano Cesare Battisti. Expurgamos o Paraguai do Mercosul e lideramos a entronização da Venezuela, que jamais atendeu às cláusulas democráticas.
     Tratamos a Colômbia com reservas, mas apoiamos entusiasticamente os governos do Equador, Venezuela, Bolívia e Argentina, legítimos representantes da falta de respeito com as práticas democráticas, amantes da censura, inimigos da liberdade de imprensa.
     Pois agora, quando ensaiamos a única atitude corajosa e digna da nossa politica externa (garantir a incolumidade de um senador boliviano perseguido pelo governo), o mundo desabou sobre o Itamaraty, soterrando o agora ex-ministro Antônio Patriota. Essa é a lógica deletéria da turma do poder, que não contava com a reação categórica do diplomata Eduardo Saboia à condenação oficial à sua decisão de coordenar a fuga do político boliviano que estava abrigado na Embaixada Brasileira em La Paz.
     Imagino os esgares palacianos ao assistir à pronta resposta de Saboia, que não se deixou intimidar, como aqueles ministros que tremem de medo e choram quando repreendidos pela presidente Dilma Rousseff. Sobrou para Antonio Patriota, substituído pelo representante brasileiro da Organização das Nações Unidas, Luiz Figueiredo. A julgar pelas posições defendidas pelo Brasil, na sua luta obsessiva por um lugar de destaque no plano internacional, não devemos esperar muita coisa do novo chanceler.

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