terça-feira, 20 de agosto de 2013

Primado da incompetência

     A admissão formal do ainda e inexplicavelmente ministro da fazenda, Guido Mantega, de que não sabe onde "isso vai parar", referindo-se à escalada incontrolável do dólar em relação ao real, não deveria provocar tantas surpresas ou manchetes. Se ele soubesse, aí, sim, seria surpreendente. O ministro é um retrato da falta de rumos, conteúdo e projetos dessa Era Lula, que se aproveitou o quanto pôde do crescimento fenomenal da China e da valorização das commodities.
     Não é uma questão apenas e tão-somente cambial, que - garante ele!!! - estaria sob controle. Há, na verdade, uma grande indefinição sobre o que nosso país pretende fazer. O diagnóstico que aponta para a falta de projetos, de investimentos bem-planejados e boas escolhas vem sendo recorrente. Há algum tempo o mundo se desiludiu com o milagre brasileiro. Perdemos a credibilidade e estamos pagando por isso.
     Toda a estratégia montada sobre a base de responsabilidade fiscal em governos anteriores foi devastada pela ambição desmesurada de perpetuação no poder. Gastamos sem medida e sem pensar no amanhã, apostando nas condições favoráveis do mercado externo. A infraestrutura desintegrou-se. O custo Brasil cresce a cada dia. No lugar de estradas decentes e portos que funcionem, jogamos nossas cartadas em estádios de futebol.
     A corrupção enraizou-se de tal forma que tornou-se impossível administrar as chantagens, o afano dos bens públicos. A presidente, apontada como modelo administrativo, está imobilizada há dois anos e oito meses. Nada foi feito nesse país, a não ser contabilizar crises. Em toda a nossa história recente, talvez não tenha ocorrido uma coincidência igual de lastimáveis gestores públicos reunidos em um só ministério.
     A solução, a única encontrada pelo Governo de direito, é convocar o governante de fato, esse lamentável ex-presidente Lula, para resolver os conflitos surgidos no dia a dia, como agora, como nos revela Veja. Para controlar esse incontrolável ministro da Fazenda, a solução foi pedir ajuda ao que jamais foi universitário.

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