domingo, 4 de agosto de 2013

Sobre assaltos aos cofres públicos

     A Folha divulgou mais uma demonstração explícita de desrespeito às normas mínimas de decência que devem reger a vida pública, em especial de quem deveria zelar pela lisura, como juízes. No caso específico da reportagem, o personagem da vez é o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, quando ainda pertencia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), um 'viajante' inveterado, de acordo com levantamentos feitos pelo jornal a partir de dados oficiais.
     Em pouco mais de três anos, o ministro fez inacreditáveis 164 viagens pagas - é claro!!! - com dinheiro público, aquele que resulta dos nossos impostos. Os números são impressionantes. O total de gastos, por exemplo, chegou a R$ 176 mil, dos quais R$ 128,3 mil em passeios sem justificativa formal. A Folha chega a detalhes, lembrando que o ministro é chegado a viagens no carnaval.
     Legalmente, não houve atropelos. Os ministros do STJ, assim como de outros tribunais, têm direito a uma cota mensal de R$ 48 mil em passagens aéreas. Podem gastar à vontade. Algo muito semelhante ao que ocorre nos ministérios e no Congresso, cujos membros dispõem ou de dinheiro fácil, ou de aviões da FAB para seus deslocamentos.
     Os recentes casos envolvendo os presidentes da Câmara e do Senado e ministros desse lastimável governo deram uma ideia bem aproximada da farra com recursos da Nação. Por qualquer motivo, aciona-se a Força Aérea, que deveria existir, apenas, para preservar as instituições. Sem falar nas outras e absurdas verbas para tudo o que se possa imaginar.
     Essa turma encastelada - infelizmente - nos três poderes é insaciável. Os salários, que já são altíssimos, praticamente quadruplicam com as verbas extraordinárias, diretas ou indiretas. Um verdadeiro acinte, uma agressão à população decente.
     Tenho sido recorrente - reconheço! - ao afirmar, em tom de lástima, que, com raríssimas exceções, nossos governantes (e englobo nesse pacote todos os que têm o poder de interferir nas nossas vidas) servem-se do País, quando deveriam servir a ele.

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