terça-feira, 6 de agosto de 2013

Desmoralizando as manifestações

     Setenta 'gatos pingados' estão infernizando, há algum tempo, a vida do paulistano que é obrigado a passar pelo centro da cidade. Simplesmente fecharam a Avenida Paulista para, segundo a Folha, pedir a saída do governador Geraldo Alckmin e a desmilitarização da Polícia ... Militar. Para não perder tempo, admitamos, sem discutir, que as duas reivindicações são justas e procedentes. E daí?
     Por mais meritórias que sejam as proposições, não há a mais remota justificativa para que um bando de manifestantes se ache no direito de prejudicar toda uma coletividade. Isso é a antítese dos preceitos democráticos. Esse grupo está literalmente atropelando o direito de milhares de semelhantes, em nome da sua - dele, grupo - liberdade de manifestação.
     Essa absoluta incongruência está se transformando na maior aliada dos alvos de qualquer que seja a manifestação. É praticamente impossível a alguém medianamente esclarecido se alinhar com essa exorbitância. Assistimos a uma extrema e inócua vulgarização do protesto, a um desfile de meros baderneiros que empunham algumas bandeiras para justificar sua falta de responsabilidade cívica.
     As imagens são lastimáveis. O grupelho, mascarado, interrompendo o trânsito e a polícia acompanhando, ao lado, temerosa de impedir e, alegadamente, garantindo a liberdade de manifestação, quando, na verdade, está se nivelando no desrespeito aos direitos.
     Para que o enredo desse pastelão fique completo, só faltam o quebra-quebra de bancos e revendas de automóveis e a consequente farta distribuição de bombas de gás e balas de borracha.
     O Brasil dessa lastimável era que já dura dez anos e meio está conseguindo, até, desmoralizar a instituição das manifestações populares.

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