quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Reforço togado

     A tropa de choque togada do PT ganhou um reforço de peso, ao que indica a primeira aparição formal do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, o carioca Luís Roberto Barroso, ontem, no primeiro dia da retomada do julgamento do Mensalão do Governo Lula, o maior assalto institucional aos cofres públicos já realizado nesse país, em todos os tempos. Um assalto que, para o nosso novo arauto da Justiça, não teve a dimensão que a sociedade entendeu, e nem foi do PT, em especial.
     Partindo de uma tese genérica aceitável - corrupção não tem matiz -, o novo ministro escorregou por uma indisfarçável passada de mão na cabeça da liderança petista da quadrilha que comprou alianças e distribui benesses entre correligionários, tudo em nome de uma causa que passa pela eternização no poder. Segundo o ministro, não houve um episódio de corrupção do PT, mas, sem, de corrupção, como tantos outros.
     Discursinho vagabundo, talvez preparatório de futuras ações 'lewandowskas', ou 'toffolicas'. A corrupção é um tumor que está espalhado por todos as agremiações políticas, não se discute. Está enraizada na trato diário dos governantes, de qualquer escalão e isso jamais esteve em questão. Mas chega ser deplorável usar esse argumento para minimizar a responsabilidade do partido oficial na bandalheira generalizada que tomou conta do país a partir, principalmente, do Mensalão.
     Ou o novo e preclaro ministro ignora que os bandoleiros condenados à cadeia e a pagar multas foram chefiados pelo ex-ministro José Dirceu (continuo com minhas dúvidas quanto ao fato de ele ter sido, de fato, o chefão)? Será que ele esqueceu que a responsabilidade pela coleta e distribuição do dinheiro roubado das Nação estava nas mãos de outros dois petistas de carteirinha, o presidente e o contador do partido, e beneficiou uma turma bem chegada ao poder?
     É evidente que nada disso é novidade para o novo ministro. Seu discurso, portanto, surge , para mim, como o primeiro gesto oficial de reverência ao partido e à presidente que possibilitaram sua chegada à mais alta Corte do país. Esse negócio de "todos roubam" é uma saída retórica indigna para personagens com responsabilidade face à sociedade.

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