quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Há mais de uma pergunta no ar

     É claro que eu me alio aos muitos que querem saber o que aconteceu com o pedreiro Amarildo, que desapareceu aqui no Rio, logo depois de sair de um posto policial. As novas versões para o caso estão transbordando nos nossos jornais e revistas, destaque para Veja, que tem mais uma excelente matéria de Leslie Leitão, de fato um repórter vocacionado para a investigação, para a fuga da rotina, do trabalho fácil.
     Talvez, a partir de agora, quando se vislumbra a possibilidade real de o pedreiro ter sido morto por traficantes, em represália a algum problema que envolve também sua mulher, haja uma debandada na bancada da indignação dirigida apenas e tão-somente a um determinado grupo, no caso, a polícia. E, aqui, devo ressaltar as exceções, que existem e sou o primeiro a reconhecer.
     Algo semelhante acontece, também, quando o assunto envolve bandalheiras oficiais e oficiosas. A turma que sai, indócil, pelas ruas, atirando pedras nos governos 'conservadores e/ou neoliberais' é a mesma que recolhe as baterias quando o alvo é o grupo de frente dessa lastimável era política que se abate sobre o Brasil há dez anos e meio.
     As últimas manifestações, aquelas apropriadas pelos profissionais do protesto, são a maior prova do estelionato ideológico que movimenta muitos atos supostamente libertários. Não vi, por exemplo, uma faixa da UNE, da CUT ou do MST pedindo rigor nas punições aos quadrilheiros envolvidos no Mensalão do Governo Lula, o maior assalto institucional aos cofres públicos já registrado nesse país.
     Também não consigo ver mobilizações para discutir as relações escandalosas do ex-presidente com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa. Aliás, acho que poucos sequer lembram dessa senhora e da sua estreita afinidade com o grande senhor petista.
     Sinto falta de faixas perguntando, por exemplo, 'onde está Lula', que foge de entrevistas há quase um ano. Ou de questionamentos à nossa presidente, que faz e desfaz, diz e desfiz, afirma e desmente com a maior naturalidade, como se tratasse com imbecis.
     Enfim. Sinto falta de manifestos independentes.

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