sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Desmonte institucional

     Nossas instituições estão muito perto de falir, inexoravelmente, devastadas pela desordem, pelo caos, pelo desrespeito à ordem natural. Por mais frágeis que sejam, por mais que estejam engolfadas nesse lamaçal que afoga política e políticos, em especial, não posso deixar de repudiar o atropelo dos preceitos legais, expresso pelas invasões, ocupações e depredamento das casas legislativa e judiciária, principalmente.
     Olho para nossa - dos cariocas - Câmara de Vereadores e claramente não me vejo representado. Vou além: fico envergonhado ao ser obrigado a admitir que nós, a população, os elegemos. Mas nem por isso vou me associar a desordeiros, obviamente filiados a partidos políticos que tentam impor suas doutrinas através de pontapés. Essa gente, ligada a projetos políticos personalistas não tem o menor compromisso com as regras democráticas.
     No lugar de denúncias e do convencimento mediante o debate, oferecem pedradas e agressões. Por trás de tanto 'envolvimento ideológico' surge, sem sombras, o perfil de personagens sem representatividade, sempre dispostos a aproveitar as possibilidades abertas pela democracia para pisotear constituições.
     Não é quebrando vidraças ou costelas que um país sai de um lamentável estado letárgico para um movimento de renovação e purificação. Ao contrário. Cada pedra portuguesa arrancada das calçadas e atirada contra uma vitrine representa um passo atrás no processo de desenvolvimento.
     O caos e a baderna só interessam aos que desprezam a potencialidade das democracias. O 'manifestante' que tenta se impor pela estupidez é um militante da exceção. Ao escoicear o adversário, quando deveria vencê-lo pelo argumento, pelo exemplo, antecipa o que faria caso estivesse no poder.
     Tomo a liberdade de insistir: não é assim que vamos construir um país decente.

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