Não há o que comemorar hoje, exceto o fim de um dos piores
anos da nossa história recente. Um ano marcado pela mentira, pela devassidão e
pelo assalto aos cofres públicos perpetrados por um governo que tem tudo para
ser ainda mais deplorável, a partir de amanhã, quando Dilma Rousseff tomará
posse, para mais um mandato à frente do País.
Não foi proposital, pensado, mas omiti, sem sentir, de
imediato, algumas palavras que completariam naturalmente a frase anterior: ‘quatro
anos’. Afinal, os mandatos presidenciais têm essa duração aqui entre nós. No
caso de Dilma Rousseff, seria prematuro e até certo ponto irresponsável aceitar
que cumpra integralmente a atribuição para a qual foi eleita democraticamente,
embora sob o peso de infâmias.
O escândalo apenas vislumbrado na Petrobras tem um potencial
tão grande que ameaça, sim, o segundo mandato da nossa atual presidente. O grau
de devastação das delações premiadas que envolvem a quadrilha política é
incomensurável e pode atingir de frente o atual esquema de poder.
Dessa vez, não haverá espaço para as vigarices retóricas
usadas quando do episódio do Mensalão do Governo Lula e que acabaram por salvar
o então presidente da cassação que se desenhava. O “eu não sabia” perdeu o prazo
de validade, pois todos sabiam de tudo. Não se trata de um ‘simples’ roubo de
galinheiro, mas de uma complexa estrutura de assalto aos cofres públicos
destinado a financiar o PT e seus asseclas.
O dinheiro roubado da Petrobras era despejado nas contas de
políticos e partidos, sob a forma de ‘doações legais’. Uma obra custava 100, o
país pagava 150 e o ‘excedente’ era repassado pelas empresas à organização
canalha que vem dilapidando nossos patrimônio e dignidade há doze anos.
E isso ainda não é tudo. Pelo conteúdo de alguns ‘vazamentos’,
a maior parte da bandalheira ainda está submersa e refere-se a financiamentos do
BNDES, que seguiriam o mesmo ‘padrão’ petista de fazer negócios, de governar: uma
empresa precisava de 100, o governo liberava 200 e a diferença migrava para
bolsas e contas companheiras.
Um ano termina marcado pelo estelionato. Começaremos um novo
ano sob o peso da indignidade e administrados por um grupo que, em sua imensa
maioria, não tem a menor credibilidade para as funções que vai exercer.
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