Não vejo, sinceramente, motivos para surpresas com a
aprovação do mandato do deputado federal Paulo Maluf, do PP paulista. Aqueles
que, demagogicamente, expõe sua revolta com a pusilanimidade da Justiça, quase
sempre são os mesmos que defendem, ardorosamente, os assaltantes que infestam o
governo há doze anos. Para essa gente, eu me permito perguntar: qual a diferença
entre Maluf e Lula, por exemplo?
Ambos são acusados de crimes hediondos, formal ou
informalmente (no caso do ex-presidente, as ‘acusações’ ficam por conta do
desprezo que provoca entre pessoas que, como eu, deploram seu comportamento político
vagabundo). Os dois são amigos fraternos, como provam as fotos que marcam as últimas
eleições. São parceiros políticos, unidos umbilicalmente desde sempre.
Lula teve a sorte de escapar da cassação, quando da eclosão
do escândalo do Mensalão. Ao contrário de Maluf, passou incólume por acusações
variadas, entre as quais algumas que seriam suficientes para decretar a morte
política em qualquer país menos desinformado. Há, até, afinidades do ‘campo
financeiro’: os dois são apontados como donos de contas milionárias (em
dólares) no exterior.
Maluf conseguiu se reeleger, mas baixou enormemente o nível
de voo: hoje, contenta-se com a deputança federal, algo inimaginável para quem
postulou e esteve muito perto da presidência do país, nos tempos de eleição
indireta. Lula, ao contrário, ao que indicam notícias de várias fontes, já
começou a caminhada para disputar a eleição em 2018, com amplas condições de
ser bem sucedido.
Surpresa eu teria se, afinal, fosse rompida a blindagem que
vem protegendo Lula ao longo de toda a sua - digamos ... – vida política.
Rompimento que possibilitasse a exposição das suas mazelas, mentiras,
contradições, manipulações. E que não o diferenciam do parceiro de todas as ocasiões.
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