A permanência de Graça Foster à frente da Petrobras por mais
um, dois, dez ou duzentos dias não é uma questão de “confiança” da presidente Dilma
Rousseff, como disse hoje a dirigente da nossa ainda maior estatal. Tudo
depende – e não tenho a menor dúvida quanto a isso – da garantia de que ela,
Graça, não trocará a cadeira de maior mandatária da empresa pelo banco dos réus
em um processo irreversível e, em seguida, pelo catre de uma cadeia.
Se for atirada às feras, desamparada pelo esquema que treme
de pavor com a possibilidade de uma crise que termine no impeachment da presidente
Dilma, é bem provável que Graça Foster não resista às pressões. Por isso, o enorme
cuidado do Governo, a presteza com que o ministro da Justiça e de recados da
presidência, José Eduardo Cardozo, defende, sempre que pode, a retidão da
presidente da Petrobras.
É evidente que está em curso um jogo que mexe com interesses
gigantescos. Se Graça Foster fosse um ministro borra-botas, como aqueles sete
que foram defenestrados logo no começo do mandato, por 'malfeitos', tenho absoluta convicção de
que a presidente Dilma já teria se livrado dela. Ou se fosse alguém desprovido
de coluna dorsal, como o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, aquele que
assumiu toda a culpa pela roubalheira do Mensalão do Governo Lula.
Não é o que parece. Graça Foster, embora claramente engolfada
na e pela bandalheira petista que vitimou a Petrobras, não demonstra ter o perfil
de quem aceitaria passar um par de anos na Papuda, em nome do projeto de poder
petista. Sem falar na possibilidade real de ser obrigada a indenizar a empresa
pelos prejuízos causados pela sua administração.
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