quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A 'ameaça da Graça'

    A permanência de Graça Foster à frente da Petrobras por mais um, dois, dez ou duzentos dias não é uma questão de “confiança” da presidente Dilma Rousseff, como disse hoje a dirigente da nossa ainda maior estatal. Tudo depende – e não tenho a menor dúvida quanto a isso – da garantia de que ela, Graça, não trocará a cadeira de maior mandatária da empresa pelo banco dos réus em um processo irreversível e, em seguida, pelo catre de uma cadeia.
     Se for atirada às feras, desamparada pelo esquema que treme de pavor com a possibilidade de uma crise que termine no impeachment da presidente Dilma, é bem provável que Graça Foster não resista às pressões. Por isso, o enorme cuidado do Governo, a presteza com que o ministro da Justiça e de recados da presidência, José Eduardo Cardozo, defende, sempre que pode, a retidão da presidente da Petrobras.
     É evidente que está em curso um jogo que mexe com interesses gigantescos. Se Graça Foster fosse um ministro borra-botas, como aqueles sete que foram defenestrados logo no começo do mandato, por 'malfeitos', tenho absoluta convicção de que a presidente Dilma já teria se livrado dela. Ou se fosse alguém desprovido de coluna dorsal, como o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, aquele que assumiu toda a culpa pela roubalheira do Mensalão do Governo Lula.

     Não é o que parece. Graça Foster, embora claramente engolfada na e pela bandalheira petista que vitimou a Petrobras, não demonstra ter o perfil de quem aceitaria passar um par de anos na Papuda, em nome do projeto de poder petista. Sem falar na possibilidade real de ser obrigada a indenizar a empresa pelos prejuízos causados pela sua administração. 

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