sábado, 13 de dezembro de 2014

Uma lista desprezível

     Vou antecipar, hoje, minha lista anual dos políticos mais desprezíveis do país. Uma lista que chega à sua quarta edição, cada vez mais asquerosa, repleta do que há de pior por essas bandas. Confesso que chegar a apenas dez nomes, se já era uma tarefa um muito difícil, tornou-se um desafio quase inalcançável, especialmente em um ano eleitoral e alimentado pelo até hoje maior escândalo de toda a nossa história: o assalto à Petrobras, em nome de um projeto de poder vagabundo.
     Quando o assunto é roubalheira, desvio de conduta e assalto aos cofres públicos nos últimos doze anos de devassidão, faço sempre essa ressalva: o maior ‘até agora’.  A descoberta do atual esquema de gatunagem é um exemplo formal da necessidade do meu cuidado quando trato de bandalheiras petistas e assemelhadas. Há um ano, poucos acreditariam que os atuais detentores do poder seriam flagrados em uma roubalheira infinitamente superior à registrada no Mensalão do Governo Lula. Os fatos, no entanto, mostram que tudo é possível, quando o assunto é roubar em nome da causa petista.
     Feito esse preâmbulo, vou tentar ir indiretamente à minha relação de desprezíveis políticos, destacando, entretanto, que a ausência do ex-presidente Lula é um agravante: ele conquistou um posto tão elevado nesse tema, está tão acima dos demais, que passou para uma esfera especial, semelhante à dos antigos concorrentes dos desfiles de fantasia de carnaval: é ‘hors concours’ absoluto. Ninguém, na minha modesta interpretação, é tão nefasto ao país quanto ele.
     Em virtude da recorrência da canalhice política, alguns personagens de listas anteriores aparecerão também na de hoje. É inevitável. Como deixar de fora José Eduardo Cardozo, o mais medíocre ministro da Justiça de todos os tempos?
     Terminadas as ressalvas e observações, aí vai minha relação dos dez mais desprezíveis de 2015;
1 – José Eduardo Cardozo: por sua atuação subserviente; pelo papel degradante que assume sempre que recebe uma chicotada presidencial; pela dimensão do cargo que ele conspurca diariamente, conquistou meu desprezo absoluto e a liderança na lista;
2 – Gilberto Carvalho: prestes a sair do ministério, o fiel seguidor da ‘seita lulista dos piores tempos’, esmerou-se em atos e declarações abjetos, esquecido, convenientemente, das acusações que pesam sobre ele, com relação ao assassinato do prefeito petista Celso Daniel, em 2002;
3 – Maria do Rosário: uma fonte constante de ódio à frente de um ministério que deveria zelar pelos direitos humanos. É a responsável direta pelos maiores problemas políticos desse lastimável governo;
4 – Jair Bolsonaro: é a contrapartida de dona Maria. Desequilibrado, representou um enorme desgaste para a oposição séria, que argumenta e discorda, mas dentro de parâmetros aceitáveis de conduta;
5 – Edinho Silva: o deputado petista praticamente desconhecido do grande público foi o que apresentou desempenho mais fulgurante, por ser o responsável pela arrecadação de dinheiro para a campanha da presidente Dilma Rousseff. Está sendo apontado como o gênio que possibilitou transformar dinheiro roubado em doação legalizada;
6 – Marco Maia: o medíocre deputado petista gaúcho conquistou, já na prorrogação, o direito de estrelar minha lista de desprezíveis, ao assinar um relatório desmoralizante sobre a roubalheira na Petrobras, contra todas as evidências.  Ele é um exemplo de que sempre há tempo para agir de modo degradante, basta querer;
7 – André Vargas: o petista que afrontou a dignidade nacional, ao ofender o então ministro Joaquim Barbosa, do STF, não poderia ficar de fora de uma lista que trata de personagens políticos desprezíveis.  Sua cassação foi um prêmio à sua convivência com o ilícito;
8 – Rui Falcão: como presidente do PT, jamais poderia ser excluído de uma lista de desprezíveis. Tem credenciais imbatíveis;
9 – Renan Calheiros: o alagoano que preside o Senado chegou ao ápice de sua carreira, ao expulsar da Casa cidadãos que protestavam contra a aprovação da vigarice fiscal que permitiu à presidente Dilma burlar a lei de Responsabilidade Fiscal; e
10 – Aloísio Mercadante: não é necessário justificar essa indicação. Impõe-se pelo currículo.
     Eu sei que alguns vão cobrar a presença da presidente Dilma, autora do célebre “vale tudo em eleições”; do ex-governador Sérgio Cabral; dos irmãos Viana e Gomes; da ex-governadora Roseane Sarney e de seu pai; do senador Fernando Collor; do deputado Paulo Maluf; do ainda deputado Devanir Ribeiro e de tantos outros que mereceriam a nomeação. Mas a lista representa meus sentimentos pessoais de ojeriza, em um determinado momento. A presidente da Petrobras, Graça Foster, por exemplo, não atende ao perfil político fundamental.

     Isso não quer dizer que eles não merecessem a indicação. É evidente que sim. Assim como dezenas de outros. Mas eleição é assim mesmo: agrada a alguns e desagrada a outros. De qualquer maneira, o espaço fica aberto às indicações de cada um. Não faltam desprezíveis nesse mundo político.

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