Vou antecipar, hoje, minha lista anual dos políticos mais
desprezíveis do país. Uma lista que chega à sua quarta edição, cada vez mais
asquerosa, repleta do que há de pior por essas bandas. Confesso que chegar a
apenas dez nomes, se já era uma tarefa um muito difícil, tornou-se um desafio
quase inalcançável, especialmente em um ano eleitoral e alimentado pelo até hoje
maior escândalo de toda a nossa história: o assalto à Petrobras, em nome de um
projeto de poder vagabundo.
Quando o assunto é roubalheira, desvio de conduta e assalto
aos cofres públicos nos últimos doze anos de devassidão, faço sempre essa
ressalva: o maior ‘até agora’. A descoberta
do atual esquema de gatunagem é um exemplo formal da necessidade do meu cuidado
quando trato de bandalheiras petistas e assemelhadas. Há um ano, poucos
acreditariam que os atuais detentores do poder seriam flagrados em uma
roubalheira infinitamente superior à registrada no Mensalão do Governo Lula. Os
fatos, no entanto, mostram que tudo é possível, quando o assunto é roubar em
nome da causa petista.
Feito esse preâmbulo, vou tentar ir indiretamente à minha relação
de desprezíveis políticos, destacando, entretanto, que a ausência do
ex-presidente Lula é um agravante: ele conquistou um posto tão elevado nesse
tema, está tão acima dos demais, que passou para uma esfera
especial, semelhante à dos antigos concorrentes dos desfiles de fantasia
de carnaval: é ‘hors concours’ absoluto. Ninguém, na minha modesta interpretação,
é tão nefasto ao país quanto ele.
Em virtude da recorrência da canalhice política, alguns
personagens de listas anteriores aparecerão também na de hoje. É inevitável.
Como deixar de fora José Eduardo Cardozo, o mais medíocre ministro da Justiça
de todos os tempos?
Terminadas as ressalvas e observações, aí vai minha relação dos
dez mais desprezíveis de 2015;
1 – José Eduardo
Cardozo: por sua atuação subserviente; pelo papel degradante que assume
sempre que recebe uma chicotada presidencial; pela dimensão do cargo que ele
conspurca diariamente, conquistou meu desprezo absoluto e a liderança na lista;
2 – Gilberto Carvalho:
prestes a sair do ministério, o fiel seguidor da ‘seita lulista dos piores
tempos’, esmerou-se em atos e declarações abjetos, esquecido, convenientemente,
das acusações que pesam sobre ele, com relação ao assassinato do prefeito petista
Celso Daniel, em 2002;
3 – Maria do Rosário:
uma fonte constante de ódio à frente de um ministério que deveria zelar pelos
direitos humanos. É a responsável direta pelos maiores problemas políticos
desse lastimável governo;
4 – Jair Bolsonaro:
é a contrapartida de dona Maria. Desequilibrado, representou um enorme desgaste
para a oposição séria, que argumenta e discorda, mas dentro de parâmetros aceitáveis
de conduta;
5 – Edinho Silva:
o deputado petista praticamente desconhecido do grande público foi o que
apresentou desempenho mais fulgurante, por ser o responsável pela arrecadação
de dinheiro para a campanha da presidente Dilma Rousseff. Está sendo apontado
como o gênio que possibilitou transformar dinheiro roubado em doação legalizada;
6 – Marco Maia: o
medíocre deputado petista gaúcho conquistou, já na prorrogação, o direito de
estrelar minha lista de desprezíveis, ao assinar um relatório desmoralizante
sobre a roubalheira na Petrobras, contra todas as evidências. Ele é um exemplo de que sempre há tempo para
agir de modo degradante, basta querer;
7 – André Vargas:
o petista que afrontou a dignidade nacional, ao ofender o então ministro Joaquim
Barbosa, do STF, não poderia ficar de fora de uma lista que trata de personagens
políticos desprezíveis. Sua cassação foi
um prêmio à sua convivência com o ilícito;
8 – Rui Falcão: como
presidente do PT, jamais poderia ser excluído de uma lista de desprezíveis. Tem
credenciais imbatíveis;
9 – Renan Calheiros:
o alagoano que preside o Senado chegou ao ápice de sua carreira, ao expulsar da
Casa cidadãos que protestavam contra a aprovação da vigarice fiscal que
permitiu à presidente Dilma burlar a lei de Responsabilidade Fiscal; e
10 – Aloísio Mercadante:
não é necessário justificar essa indicação. Impõe-se pelo currículo.
Eu sei que alguns vão cobrar a presença da presidente Dilma,
autora do célebre “vale tudo em eleições”; do ex-governador Sérgio Cabral; dos
irmãos Viana e Gomes; da ex-governadora Roseane Sarney e de seu pai; do senador
Fernando Collor; do deputado Paulo Maluf; do ainda deputado Devanir Ribeiro e
de tantos outros que mereceriam a nomeação. Mas a lista representa meus
sentimentos pessoais de ojeriza, em um determinado momento. A presidente da
Petrobras, Graça Foster, por exemplo, não atende ao perfil político
fundamental.
Isso não quer dizer que eles não merecessem a indicação. É
evidente que sim. Assim como dezenas de outros. Mas eleição é assim mesmo:
agrada a alguns e desagrada a outros. De qualquer maneira, o espaço fica aberto
às indicações de cada um. Não faltam desprezíveis nesse mundo político.
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