terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Gilberto, o medroso

         O ministro Gilberto Carvalho, o ex-seminarista que trocou Deus por Lula, por quem "daria a vida", fez uma das coisas que mais sabe fazer na vida: usar seu cargo para verbalizar o pensamento indigno que vem marcando o poder há doze anos. Em entrevista coletiva, disse que "estava com medo da vitória do playboyzinho", numa alusão ao senador Aécio Neves, seguida por risinhos canalhas da plateia amestrada.
         Eu também teria medo, se fosse ele. Talvez o "playboyzinho' estimulasse a investigação sobre o assassinato do ex-prefeito petista Celso Daniel, que decidiu interromper o achaque que seu partido fazia nas empresas de ônibus do interior paulista. Talvez fosse além, e procurasse confirmar as acusações dos irmãos do prefeito assassinado, de que ele, Gilberto Carvalho, era a 'mula' que transportava o dinheiro achacado para a sede do PT, em São Paulo, chefiada pelo atualmente condenado José Dirceu, seu parceiro de fé, empresário de sucesso absoluto. 
         Os irmãos do prefeito petista assassinado por discordar da roubalheira (segundo processo em curso) chegam a detalhes, lembrando que o atual ministro usava seu Fusca amarelo nesse serviço sujo. Isso, sem falar em outras acusações que continuam pendentes, entre elas a de que Gilberto Carvalho participou de um esquema de pagamento de propina para que um dos envolvidos no assassinato não relacionasse o ex-presidente Lula com o crime. O silêncio teria custado a bagatela de R$ 5 milhões.
         Eu, se fosse ele, também teria muito medo ...

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