Não há um
analista sério, sequer, que encontre justificativas ou desculpas para a
grilagem petista dos cofres públicos. A sucessão de escândalos eliminou qualquer
chance de condescendência até mesmo entre os que, de algum modo, ainda nutriam
relativo respeito por uma história que se mostrou, muito rapidamente, fantasiosa
e inconsistente e que o tempo se incumbiu de desmoralizar.
É evidente
que não estou me referindo aos teclados comprados com verbas públicas,
sustentados pelo dinheiro sujo que, em muitos casos, tem a mesma origem da
propina paga aos políticos e partidos da base governista. Esses sabujos sempre irão
repercutir declarações desclassificadas, como a da presidente Dilma Rousseff,
ao afirmar que vai aprofundar a luta contra a corrupção.
Mas há
casos, reconheço, em que o desvario não é movido a propina: é pura e
simplesmente desvio de personalidade, uma doença que impede a interpretação dos
fatos, enubla a visão, transforma realidades. Só assim poderíamos explicar que
pessoas relativamente dignas e conscientes, informadas, ignorem e/ou justifiquem
esse degradante processo de espoliação que vem sendo articulado pelos governos
petistas, na sua ânsia de se manter no poder a qualquer custo. Um custo que vem
sendo pago pela Nação, ao longo dos últimos anos.
O mais
recente e vergonhoso assalto às nossas riquezas é, apenas, a sequência natural
de ataques à aos cofres e dignidade públicos. O projeto corrupto e corruptor
começou – ficamos sabendo após a morte do prefeito petista Celso Daniel – no início
dos anos 2000, quando o PT paulista, de acordo com a Justiça e parentes do político
assassinado, começou a achacar empresas de ônibus de municípios governados pelo
partido.
Enquanto o
dinheiro enchia apenas os cofres partidários, segundo irmãos de Celso Daniel, o
prefeito não ponderava. A partir do momento em que também irrigava bolsos
particulares, ele teria reagido, acabando por ser morto. No centro da questão,
ainda de acordo com o processo, já surgiam nomes emblemáticos do PT: o ex-ministro
e atual presidiário José Dirceu e o quase ex-ministro Gilberto Carvalho,
acusado de ser o transportador do dinheiro.
A esse escândalo,
ainda mal-solucionado, seguiram-se outros, proporcionalmente mais ou menos ‘sofisticados’,
embora tão ou mais canalhas, como o Mensalão do Governo Lula; o caso do ‘aloprados’
(compra de dossiês falsos contra adversários); dólares na cueca; os episódios
de compra e venda de cargos e prestígio no governo, chefiados pela secretária
da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa, e pela ex-ministra da Casa Civil,
Erenice Guerra; e finalmente, mas não afinal (ainda seremos ‘brindados’ com
outros fatos desabonadores, não tenho dúvida), o assalto à Petrobras, que vem
perpassando as últimas administrações petistas.
Basta um olhar
minimamente distanciado para provocar a repulsa das parcelas decentes da
população, independentemente de vieses político-partidários. Um olhar ausente
entre os vendidos e os cegos pela irracionalidade, pelo ranço ideológico, pelas deformações provocadas por uma análise que a realidade soterrou.
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