segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O 'último' dos mensaleiros

     Quem acompanha minhas publicações aqui no Blog sabe que sou um crítico ácido do inexplicavelmente ainda deputado federal João Paulo Cunha, do PT paulista. De todos os condenados pelo assalto institucional aos cofres públicos realizado no primeiro Governo Lula, talvez seja o que menos me inspira algum - vá lá .. - 'respeito', assim, entre aspas simples.
     Isso não quer dizer que os demais - José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e outros bandoleiros - mereçam, de minha parte, qualquer consideração. Ao contrário: continuo acreditando que estão pagando pouco pelo enorme mal que fizeram ao país e às suas instituições.
     João Paulo Cunha, que teve hoje sua prisão decretada hoje pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, entretanto, sempre me surgiu como um personagem menor, mais rasteiro, medíocre, mais inescrupuloso que os demais, que jamais negaram o roubo, antes, tentaram justificá-lo ou reduzir sua magnitude, relegando-o a um 'simples' caixa 2, delito menor, na intrincada equação mental da quadrilha.
     As explicações de João Paulo Cunha - que presidia a Câmara dos Deputados quando do Mensalão do Governo Lula - quando flagrado em meio ao delito, foi, de longe, a mais deletéria: argumentou que sua mulher, que fora enviada por ele a uma agência do Banco Rural, em Brasília, para sacar R$ 50 mil, em dinheiro vivo, estava na boca do caixa realizando um prosaico pagamento da fatura da tevê por assinatura.
     O cinismo com que deu essa explicação para a presença da esposa no caixa que pagava propinas para mensaleiros e assemelhados, por si só, merecia provocar sua condenação, no mínimo, por falta de decoro. Vejam bem a que ponto chegou esse digno representante do petismo: para não ser flagrado ao vivo, mandou a mulher receber o dinheiro do suborno oriundo das vilanias presididas pelo ex-ministro José Dirceu e facilitadas pelo publicitário mineiro Marcos Valério.
     João Paulo é, para mim, um reflexo menos brilhante do grande beneficiário das tramoias mensaleiras, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Assim como seu guru, mentiu e insistiu na mentira; desapareceu por algum tempo e ressurgiu recentemente, após já ter sido condenado, com fanfarronices que ele sabe que jamais se tornarão realidade, como a prometida luta para esclarecer tudo o que houve.
     Qualquer semelhança com o comportamento do ex-presidente, nesse e em outros casos escabrosos, não é mera coincidência. No caso dessa gente, jamais é.

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