quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Lewandowski ameaça a democracia


     O lamentável ministro Ricardo Lewandowski, o mais destacado defensor dos quadrilheiros que assaltaram os cofres públicos no primeiro governo Lula, no episódio que ficou conhecido como Mensalão, voltou a atacar. Aproveitando-se do fato de estar interinamente à frente do Supremo Tribunal Federal, exigiu que o juiz da 29ª Vara de Execuções Penais de Brasília dê prioridade absoluta ao pedido do ex-ministro José Dirceu, apontado como o chefe dos bandoleiros, que quer sair da cadeia para 'trabalhar'.
     Não perdeu tempo. Como fez durante todo o julgamento - no qual foi o mais virulento defensor dos bandoleiros petistas -, seu objetivo, com essa decisão, é livrar um dos líderes do seu partido dos inconvenientes da cela. Com os demais  ele não se importava, exceto quando interessava à 'causa', quando serviam aos seus interesses.
     Já com relação à situação de outro condenado, o ainda deputado federal João Paulo Cunha, o nobilíssimo interino do STF não teve o mesmo açodamento. Na verdade, ignorou a possibilidade de assinar a ordem de prisão do ex-presidente ds Câmara, aquele mesmo que mandou a mulher sacar R$ 50 mil no caixa de uma agência do Banco Rural.
     Lewandowski, que passou um bom tempo impedido de frequentar lugares públicos, para fugir de manifestações, como se vê, continua prestando um enorme desserviço às instituições, colaborando para desmoralizar a Justiça, em nome do projeto de poder que abraçou e que o levou à mais alta Corte de Justiça do País, pelas mãos do ex-presidente Lula,  com as bênçãos da ex-primeira-dama, Dona Marisa Letícia, como divulgado e não contestado na época do julgamento.
     Há ministros que enobrecem a Justiça. Outros, a conspurcam. Lewandowski está, decididamente, no segundo grupo, segundo meus princípios. Sua elevação definitiva à presidência do Supremo, a partir do ano que vem, seguindo tradição da Casa, tem tudo para se transformar numa agressão à cidadania e à dignidade nacional.
     O único poder ainda  não dominado pelo esquema atual estará sob a tutela de um militante partidário, que não teve a decência de sublimar seus impulsos ideológicos. Estamos muito próximos de assistir à derrubada da última trincheira da democracia brasileira.  Joaquim Barbosa, com sua independência, adiou o projeto de dominação completa das instituições.
     Com Lewandowski, o sonho hegemônico terá virado uma dura realidade.

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