quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mais uma 'boutade' oficial

    A senhora que nos governa, embora mais recatada do que seu antecessor, não se furta a uma boutade, na segunda acepção que surge quando consultamos um desses dicionários on line: em síntese, um "pensamento ou dito sutil, original e imprevisto que frequentemente contraria propositadamente a verdade".
     Pois ela e seu staff recorrem a boutades sistematicamente, assim como nós, simples mortais pagadores de impostos escorchantes, respiramos. A mais recente - jamais diga última, quando estiver se referindo à turma que está no poder há 11 anos - aconteceu hoje, na Suíça, durante encontro com o presidente da Fifa, aquela entidade envolvida em negociatas que vai organizar a Copa aqui no Brasil.
     Pressionada por notícias de atraso nas obras que já deveriam estar prontas, garantiu à distinta plateia que fazer estádio "é relativamente simples", como nos informam todos os jornais e revistas, entre os quais O Globo. É claro que é 'simples', e nós também sabemos disso. E quando digo nós, não estou nos incluindo no seleto clube de engenheiros e arquitetos, que seriam os donos da palavra final nesse assunto.
     Eu me reporto, apenas, à prática absolutamente recorrente de abrir os cofres públicos para dar conta de urgências que estavam previstas desde sempre. Sou obrigado a concordar com Romário, de quem não fui muito fã nem mesmo quando vestia a camisa do meu Vasco.
     Há algum tempo, com a sagacidade que usava nos dribles rápidos e toquinhos de bico de chuteira, o ex-craque e atual deputado federal pelo Rio de Janeiro anunciava, solenemente, que viveríamos a maior roubalheira da história recente. Os números, que não param de crescer, e os problemas, que surgem como previstos, apontam para mais uma goleada do 'Baixinho'.

Nenhum comentário:

Postar um comentário