Há um silêncio 'sepulcral' nas hostes companheiras sobre a
morte suspeitíssima do promotor argentino Alberto Nisman, na véspera de
denunciar formalmente a presidente Cristina Kirchner de envolvimento no
acobertamento dos culpados pela ação terrorista que provocou a morte de 85
pessoas, em Buenos Aires, em 1994, para agradar aos dirigentes do Irã. A turma ainda não
encontrou, sequer, um jeitinho de manifestar seu "apoio irrestrito"
ao governo Kirchner.
A tese do suicídio, possível, sim, vem sofrendo algumas
derrotas. Já se sabe, por exemplo, que não havia pólvora nas mãos do morto (o
que pode acontecer quando a arma usada é de calibre 22) e que a porta dos
fundos do apartamento estava incompreensivelmente aberta, e não trancada por
dentro, como alegaram precipitadamente as 'autoridades policiais'.
Outro elemento um tanto ou quanto difuso entrou na história:
um provável ex-agente policial argentino procurou os investigadores para dizer
que a arma do crime era sua e que a “emprestara” ao promotor, a pedido dele, para
que se defendesse.
Embora inimigo de teorias conspiratórias – ao contrário, sou
absolutamente contra suposições infundadas -, não consigo deixar de ver
semelhanças entre esse crime e a morte do major da Aeronáutica Rubens Vaz, no
famoso ‘atentado da Rua Toneleros’, no qual saiu ferido o jornalista Carlos Lacerda.
O mandante, como o país ficou sabendo, foi o chefe da guarda
pessoal do então presidente Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, inconformado
com os ataques desferidos pelo jornalista e futuro governador da antiga
Guanabara ao seu chefe.
O fim foi trágico: Getúlio optou por sair da vida para
entrar na História. Cristina não tem essa dimensão. Pode acabar na cadeia, simplesmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário