quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sombras argentinas

     Há um silêncio 'sepulcral' nas hostes companheiras sobre a morte suspeitíssima do promotor argentino Alberto Nisman, na véspera de denunciar formalmente a presidente Cristina Kirchner de envolvimento no acobertamento dos culpados pela ação terrorista que provocou a morte de 85 pessoas, em Buenos Aires, em 1994, para agradar aos dirigentes do Irã. A turma ainda não encontrou, sequer, um jeitinho de manifestar seu "apoio irrestrito" ao governo Kirchner.
     A tese do suicídio, possível, sim, vem sofrendo algumas derrotas. Já se sabe, por exemplo, que não havia pólvora nas mãos do morto (o que pode acontecer quando a arma usada é de calibre 22) e que a porta dos fundos do apartamento estava incompreensivelmente aberta, e não trancada por dentro, como alegaram precipitadamente as 'autoridades policiais'.
     Outro elemento um tanto ou quanto difuso entrou na história: um provável ex-agente policial argentino procurou os investigadores para dizer que a arma do crime era sua e que a “emprestara” ao promotor, a pedido dele, para que se defendesse.
     Embora inimigo de teorias conspiratórias – ao contrário, sou absolutamente contra suposições infundadas -, não consigo deixar de ver semelhanças entre esse crime e a morte do major da Aeronáutica Rubens Vaz, no famoso ‘atentado da Rua Toneleros’, no qual saiu ferido o jornalista Carlos Lacerda.
     O mandante, como o país ficou sabendo, foi o chefe da guarda pessoal do então presidente Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, inconformado com os ataques desferidos pelo jornalista e futuro governador da antiga Guanabara ao seu chefe.

     O fim foi trágico: Getúlio optou por sair da vida para entrar na História. Cristina não tem essa dimensão. Pode acabar na cadeia, simplesmente.

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