sábado, 10 de janeiro de 2015

A bengala dos desatinados

     Não posso garantir quem foi o autor da observação, perfeita. Se Rodrigo Cobra ou Gustavo de Almeida, amigos além do Facebook. Acho que foi uma criação conjunta. Confesso que gostaria de ter tido a rapidez de raciocínio deles para definir, em uma palavra, a vigarice supostamente analítica de uma enorme gama de desclassificados apoiadores de terroristas: “mas”. Perfeito.
     Se alguém decente se depara com o uso da conjunção adversativa em um texto sobre o ataque terrorista à democracia, pode ter certeza de que o autor do texto é um vagabundo ideológico, um daqueles seres desprezíveis que vicejam nos regimes viciados, corruptos e corruptores, como o nosso atual.
     Tudo o que eles supostamente condenam nas quatro ou cinco primeiras linhas serve, apenas, para dar substância ao estelionato ‘intelectual’ que invariavelmente se segue. O uso do ‘mas’ é a prova irrefutável da cumplicidade, da tolerância com o crime, da insanidade que marca um grupo que se propõe à frente dos demais. Um grupo – e isso é uma constatação, não uma ilação – invariavelmente ligado ao atual esquema de poder.
     É – guardadas as proporções – o mesmo artifício caolho que essa gente usa quando acuada pela profusão de escândalos nessa lastimável era que entra no seu décimo-terceiro ano. “Mas isso sempre aconteceu”, repetem os vigaristas ao serem esmagados pela roubalheira geral e irrestrita espalhada por todos os cantos dos últimos governos.

     O ‘mas’, como bem registraram Rodrigo e Gustavo, é a bengala dos coniventes com os desatinos nacionais e internacionais. É nesse monossílabo simples e corriqueiro que reside toda a base da sua argumentação, quase sempre montada em bases irreais, números que não resistem a um escrutínio, fatos distorcidos.

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