Essa gente
só fala nas empresas, nos empresários, na punição de uns, na preservação de
outros etc etc etc. A proposta é evidente e aposta na desinformação do público
em geral e na conivência canalha dos apoiadores desse esquema devasso que vem
saqueando os cofres públicos com o único objetivo de manter o poder, a qualquer
custo. O grande objetivo de petistas e assemelhados é desviar o foco da roubalheira
para as ‘elites empresariais’, ofuscando a grande verdade: os atuais detentores
do poder institucionalizaram o assalto aos cofres públicos há doze anos.
Ninguém
duvida que sempre houve e haverá corrupção. Aqui e em qualquer parte do mundo.
Também é verdade que há muito mais bandalheira nessas terras tupiniquins; em
republiquetas desmoralizadas, como a argentina e a venezuelana; em ditaduras
formais ou disfarçadas, como a cubana e a iraniana; e em regimes arbitrários e
essencialmente devassos como o russo e alguns africanos. No nosso caso, entretanto,
a corrupção passou por um processo de aprimoramento e de apropriação pelo
sistema de poder.
Os
empreiteiros e empreiteiras certamente distribuíram muito dinheiro e compraram
muitas cabeças para preservar seus feudos na Petrobras, alvo atual das
investigações mais profundas. Mas não resta a menor dúvida que havia ‘alguém’
do outro lado do balcão, ávido, bolsos escancarados à espera do produto do
assalto combinado.
Não se trata
de mais um caso – como o Governo e seus asseclas querem fazer acreditar – de empresários
vigaristas molhando a mão de um ou outro funcionário malandro. Essa é a toada que os marqueteiros palacianos
estão tentando empurrar goela abaixo da população, contando com a conivência de
grupos supostamente responsáveis, muitos deles integrados por autodeclarados ‘formadores
de opinião’, proprietários cativos de teclados vendidos.
O assalto ao
País é institucional e, nesse caso da Petrobras, formatado para dar ares de
legalidade a atos obscenos, asquerosos. Um modelo aprimorado do que houve no
Mensalão do Governo Lula, o maior roubo ocorrido no Brasil, até então. As
empresas e empresários de agora faziam parte de uma engrenagem imunda, mas não
a lideravam. Locupletavam-se, sim, mas atendendo a um projeto oficial.
Os
quadrilheiros de hoje, no entanto, não contavam com o acaso, com um juiz determinado
e incorruptível, acima das pressões. E com a loquacidade de seus asseclas na
área de ‘operações’. No meio do caminho do maior roubo da nossa história havia
um doleiro e um petroleiro inescrupulosos, sim, mas determinados a não pagar
sozinhos pela roubalheira. O exemplo do publicitário Marcos Valério, o único
condenado, de fato, pela bandalheira no Governo Lula (quase 40 anos de cadeia!!!),
pesou.
O resultado
é o que ainda estamos começando a ver: um bando de milionários na cadeia e outro
bando – de políticos da ‘base’ - prestes a ser preso e a possivelmente decretar
o fim antecipado do atual governo, ameaçado de fato pelo impeachment. No meio
de tudo, para infelicidade do país, a destruição da Petrobras, empresa que
sempre foi o orgulho nacional.
E ainda há
quem defenda essa corja.
PS: Se alguém ainda não leu, vale a pena ler a última entrevista do ministro da Justiça, esse lastimável José Eduardo Cardozo, reverberando as declarações da sua chefe feitas ontem. Mas é bom estar preparado.
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