segunda-feira, 2 de março de 2015

A lei como arma

     É evidente que não tenho a menor simpatia pela presidente Dilma Rousseff, em quem não votei e em quem jamais votaria, pela extrema mediocridade. Mas respeito seu mandato, obtido democraticamente, até prova contundente em contrário. Acredito, até, que essas provas vão chegar muito em breve, a partir do desenrolar do julgamento desse escândalo de proporções jamais vistas protagonizado pelo seu – dela, é claro! – partido, o PT, e asseclas.
     Respeito o direito de manifestação da sociedade. Pedir o impeachment da presidente, com base nas tenebrosas notícias que diariamente chegam ao conhecimento da população, é um direito garantido pela Constituição, desde que realizado dentro dos parâmetros aceitáveis em uma sociedade democrática. Mas não me sinto confortável em participar de algo que, de alguma forma, possa arranhar os limites da convivência sadia entre poderes.
     O impedimento da presidente – acredito que haja evidências suficientes para que aconteça – deverá ser o resultado da manifestação política que naturalmente se seguirá ao julgamento dos responsáveis por esse esquema montado para saquear a Petrobras e favorecer os planos escabrosos de perpetuação no poder que foram desenvolvidos ao longo dos últimos doze anos dessa lastimável era de dissolução moral que se abateu no País.
     A pressão popular, nesse caso, pode ser um fator determinante. Mas não pode nem deve ser o mais importante. O afastamento de um presidente eleito democraticamente deve atender a ritos imprescindíveis, fundamentais, quase dogmáticos. Será necessário que fique comprovado efetivamente que o mandato que conquistou nas urnas foi conspurcado pela indignidade, irrigado por recursos oriundos de crimes.
     Descumprir promessas eleitorais, por mais vagabundo que o discurso possa parecer, não me parece suficiente para decisões tão extremas. As mentiras, o jogo baixo e o estelionato ideológico perpetrados pela presidente, na campanha, devem ser respondidos nas urnas. Devem ser expostos amplamente, para que a população menos informada e mais sensível à exploração de governantes inescrupulosos, como são os atuais, obtenha meios de avaliar melhor, de depurar, valorizar seu voto.

     Pessoalmente, pelas expectativas que tenho em relação ao país que será vivido pelos meus netos, torço para que tenhamos mudanças, rápidas, que abreviem essa época de trevas inaugurada pelo ex-presidente Lula, o grande responsável pela tragédia que atinge o Brasil. Mas que essas mudanças se produzam num processo constitucional, democrático, público. Será o maior antídoto ao terrorismo aventado por Lula, quando ameaçou a Nação com um exército de fancaria.

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