Fico surpreso em ver a ‘surpresa’ com a recente e
lastimável atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, certamente o
mais medíocre de toda a história republicana. Cardozo, que tomou a iniciativa
de dar uma ‘entrevista’, hoje, para defender a presidente Dilma Rousseff de
qualquer envolvimento com a roubalheira na Petrobras, não tem a menor
credibilidade. O país sabe que é apenas um tarefeiro petista, sem identidade
própria, submisso e voluntário para exercer qualquer papel, por mais sujo e
indigno que seja.
Essa falta de personalidade, fundamental para que tenha
alcançado o posto que conspurca, é antiga. Basta recorrer aos arquivos do
julgamento do Mensalão, até então o maior assalto institucional aos cofres
públicos. Ele estava sempre à disposição para uma entrevista, seguia os
repórteres e se colocava perto de qualquer parlamentar oposicionista que, porventura,
estivesse abordando o assunto. Era o ‘outro lado’ da vez, o contraponto que
deve prevalecer no jornalismo, explorando uma inacreditável seriedade que
jamais enxerguei nele.
Seu antecessor petista mais famoso, o já falecido Márcio
Thomaz Bastos, pelo menos, tinha um histórico jurídico, um reconhecido saber
que soube explorar bem, ao defender os principais acusados pelo escândalo do
Mensalão. Cardozo, ao contrário, é uma nulidade e um ator absolutamente
canastrão, cheio de caras e bocas, sobrancelhas hirtas, olhares indignados.
Transmite tanta veracidade quanto uma nota de três reais.
Entre tantas mediocridades escolhidas a dedo para compor esse
que talvez seja o pior Ministério de todos os tempos, merece um papel de destaque,
pela subserviência e falta de compostura. É o garoto de recados, aquele que diz
o que seus chefes se envergonhariam. É
uma espécie de Rui Falcão de fraque e cartola, tentando fazer mágicas vagabundas
para salvar o circo mambembe em que se transformou o atual governo.
Um ministro da Justiça que se reúne com advogados de
criminosos, às escondidas, e que se ‘justifica’ de maneira cafajeste não pode
ser levado a sério. É mais um símbolo da devassidão dessa era lamentável,
inaugurada há doze anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário