sábado, 7 de março de 2015

Um mágico mambembe

     Fico surpreso em ver a ‘surpresa’ com a recente e lastimável atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, certamente o mais medíocre de toda a história republicana. Cardozo, que tomou a iniciativa de dar uma ‘entrevista’, hoje, para defender a presidente Dilma Rousseff de qualquer envolvimento com a roubalheira na Petrobras, não tem a menor credibilidade. O país sabe que é apenas um tarefeiro petista, sem identidade própria, submisso e voluntário para exercer qualquer papel, por mais sujo e indigno que seja.
     Essa falta de personalidade, fundamental para que tenha alcançado o posto que conspurca, é antiga. Basta recorrer aos arquivos do julgamento do Mensalão, até então o maior assalto institucional aos cofres públicos. Ele estava sempre à disposição para uma entrevista, seguia os repórteres e se colocava perto de qualquer parlamentar oposicionista que, porventura, estivesse abordando o assunto. Era o ‘outro lado’ da vez, o contraponto que deve prevalecer no jornalismo, explorando uma inacreditável seriedade que jamais enxerguei nele.
     Seu antecessor petista mais famoso, o já falecido Márcio Thomaz Bastos, pelo menos, tinha um histórico jurídico, um reconhecido saber que soube explorar bem, ao defender os principais acusados pelo escândalo do Mensalão. Cardozo, ao contrário, é uma nulidade e um ator absolutamente canastrão, cheio de caras e bocas, sobrancelhas hirtas, olhares indignados. Transmite tanta veracidade quanto uma nota de três reais.
     Entre tantas mediocridades escolhidas a dedo para compor esse que talvez seja o pior Ministério de todos os tempos, merece um papel de destaque, pela subserviência e falta de compostura. É o garoto de recados, aquele que diz o que seus chefes se envergonhariam.  É uma espécie de Rui Falcão de fraque e cartola, tentando fazer mágicas vagabundas para salvar o circo mambembe em que se transformou o atual governo.

     Um ministro da Justiça que se reúne com advogados de criminosos, às escondidas, e que se ‘justifica’ de maneira cafajeste não pode ser levado a sério. É mais um símbolo da devassidão dessa era lamentável, inaugurada há doze anos.

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