quinta-feira, 5 de março de 2015

Tudo tem a sua hora

     Embora seja um crítico assíduo e inclemente dessas lastimável era de devassidão que foi inaugurada no Brasil com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, há sofridos doze anos, acredito que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tomou a decisão mais acertada, ao recomendar o arquivamento das investigações sobre a presidente Dilma Rousseff, por considerar as evidências insuficientes.
     O fato de alguém apenas citar outra pessoa, em meio a uma investigação das proporções da que vem sendo realizada pela Polícia Federal em relação ao assalto institucional à Petrobras, não implica em culpa. É preciso que as citações sejam acompanhadas por provas, especialmente no caso de um presidente. Se assim não fosse, estaríamos sempre sujeitos a manobras de eventuais descontentes, adversários raivosos e afins.
     Particularmente, acredito, sim, que não apenas Dilma Rousseff, mas todo o esquema de poder instalado no País está envolvido profundamente nesse que já é o maior escândalo da nossa história. Não é possível que Dilma e seus pares ignorassem a bandalheira que vinha sendo executada. Seria tachá-los de idiotas absolutos, o que não são. Ao contrário.
     O esquema de dilapidação da Petrobras, montado sobre um projeto de corrupção inédito, não surgiu por acaso. Foi, antes, o aperfeiçoamento do Mensalão do Governo Lula. No lugar de roubar, simplesmente, como fizeram, o PT e seus asseclas passaram a roubar de modo ‘indireto’, na tentativa de ocultar a bandalheira, usando empreiteiras como intermediárias.
     Tudo isso vem sendo claramente demonstrado, com o rigor imposto pelo juiz federal Sérgio Moro, do Paraná. E as investigações ainda não terminaram. Há novos candidatos a prêmio por delação e muito a ser desvendado. É bem provável que, ao fim, fique evidenciada a presença das digitais da presidente Dilma, especialmente pela sua ingerência na Petrobras.

     Nesse momento, sim, caberá à Justiça detonar o processo que poderá levar ao impeachment. Não creio em consequências oriundas do Congresso, dominado pelo PT e seus aliados, beneficiários maiores da canalhice. Seguindo os rumos legais, o possível afastamento desse governo estapafúrdio não provocará traumas desnecessários.

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