Embora seja um crítico assíduo e inclemente dessas
lastimável era de devassidão que foi inaugurada no Brasil com a posse de Luiz
Inácio Lula da Silva, há sofridos doze anos, acredito que o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, tomou a decisão mais acertada, ao recomendar o arquivamento
das investigações sobre a presidente Dilma Rousseff, por considerar as
evidências insuficientes.
O fato de alguém apenas citar outra pessoa, em meio a uma
investigação das proporções da que vem sendo realizada pela Polícia Federal em relação ao
assalto institucional à Petrobras, não implica em culpa. É preciso que as
citações sejam acompanhadas por provas, especialmente no caso de um presidente.
Se assim não fosse, estaríamos sempre sujeitos a manobras de eventuais descontentes,
adversários raivosos e afins.
Particularmente, acredito, sim, que não apenas Dilma
Rousseff, mas todo o esquema de poder instalado no País está envolvido
profundamente nesse que já é o maior escândalo da nossa história. Não é
possível que Dilma e seus pares ignorassem a bandalheira que vinha sendo
executada. Seria tachá-los de idiotas absolutos, o que não são. Ao contrário.
O esquema de dilapidação da Petrobras, montado sobre um
projeto de corrupção inédito, não surgiu por acaso. Foi, antes, o aperfeiçoamento
do Mensalão do Governo Lula. No lugar de roubar, simplesmente, como fizeram, o
PT e seus asseclas passaram a roubar de modo ‘indireto’, na tentativa de
ocultar a bandalheira, usando empreiteiras como intermediárias.
Tudo isso vem sendo claramente demonstrado, com o rigor
imposto pelo juiz federal Sérgio Moro, do Paraná. E as investigações ainda não
terminaram. Há novos candidatos a prêmio por delação e muito a ser desvendado.
É bem provável que, ao fim, fique evidenciada a presença das digitais da
presidente Dilma, especialmente pela sua ingerência na Petrobras.
Nesse momento, sim, caberá à Justiça detonar o processo que
poderá levar ao impeachment. Não creio em consequências oriundas do Congresso,
dominado pelo PT e seus aliados, beneficiários maiores da canalhice. Seguindo
os rumos legais, o possível afastamento desse governo estapafúrdio não provocará
traumas desnecessários.
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