O ex-gerente (ou algo que o valha ...) de Comunicações da
Petrobras, chutado do cargo recentemente, responsável ela distribuição de uma
montanha de dinheiro, era um militante sindical sem qualquer ligação com a
área. E nem precisava: estava ali, indicado pelo ex-presidente Lula, para
atender, prioritariamente, às necessidades do Governo, direcionando verbas e
alimentando bolsos amigos. Uma análise dos ‘critérios’ usados na destinação de
verbas publicitárias apontou enormes descalabros, inaceitáveis quando
protagonizados por empresas de caráter público.
Hoje, ficamos sabendo que o novo secretário de Comunicações
do Governo - com status de ministro, não podemos esquecer! - é o tesoureiro da última
campanha da presidente Dilma. Se alguém me perguntasse qual a ‘ligação’ entre
as duas funções, não saberia responder. Ou sintetizaria: nenhuma. Exceto que
ambos os cargos manipulam um volume enorme de dinheiro e que a ‘promoção’
parece dever-se ao sucesso na arrecadação de fundos para reeleger a presidente.
Pelo histórico (folha corrida?) dos tesoureiros ligados ao PT, a nomeação me
parece, no mínimo, arriscada. Quando estourou o escândalo da devastação na
Petrobras, veio a público paralelamente a malandragem petista, de tentar transformar
dinheiro roubado em doação legal, como explicaram didaticamente os procuradores
encarregados da apuração do caso, ao lado da Polícia Federal.
Um esquema desse porte, que vem funcionando há uma década,
irrigando campanhas do PT e assemelhados, inevitavelmente passaria pelos olhos
e ouvidos do responsável pela arrecadação de dinheiro para a principal campanha
do partido. Houve, até, quem creditasse ao novo ‘ministro’ a ... digamos ... ‘criação’
do mecanismo, a partir das evidentes falhas ocorridas no Mensalão do Governo
Lula, quando o roubo foi menos elaborado.
Pode ser um ‘risco calculado’. Com a chave do cofre da milionária
publicidade palaciana, o novo ministro terá ‘argumentos’ muito fortes na luta
pela preservação do mandato da presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário