sexta-feira, 27 de março de 2015

Nomeação de risco

     O ex-gerente (ou algo que o valha ...) de Comunicações da Petrobras, chutado do cargo recentemente, responsável ela distribuição de uma montanha de dinheiro, era um militante sindical sem qualquer ligação com a área. E nem precisava: estava ali, indicado pelo ex-presidente Lula, para atender, prioritariamente, às necessidades do Governo, direcionando verbas e alimentando bolsos amigos. Uma análise dos ‘critérios’ usados na destinação de verbas publicitárias apontou enormes descalabros, inaceitáveis quando protagonizados por empresas de caráter público.
     Hoje, ficamos sabendo que o novo secretário de Comunicações do Governo - com status de ministro, não podemos esquecer! - é o tesoureiro da última campanha da presidente Dilma. Se alguém me perguntasse qual a ‘ligação’ entre as duas funções, não saberia responder. Ou sintetizaria: nenhuma. Exceto que ambos os cargos manipulam um volume enorme de dinheiro e que a ‘promoção’ parece dever-se ao sucesso na arrecadação de fundos para reeleger a presidente.
     Pelo histórico (folha corrida?) dos tesoureiros ligados ao PT, a nomeação me parece, no mínimo, arriscada. Quando estourou o escândalo da devastação na Petrobras, veio a público paralelamente a malandragem petista, de tentar transformar dinheiro roubado em doação legal, como explicaram didaticamente os procuradores encarregados da apuração do caso, ao lado da Polícia Federal.
     Um esquema desse porte, que vem funcionando há uma década, irrigando campanhas do PT e assemelhados, inevitavelmente passaria pelos olhos e ouvidos do responsável pela arrecadação de dinheiro para a principal campanha do partido. Houve, até, quem creditasse ao novo ‘ministro’ a ... digamos ... ‘criação’ do mecanismo, a partir das evidentes falhas ocorridas no Mensalão do Governo Lula, quando o roubo foi menos elaborado.
     Pode ser um ‘risco calculado’. Com a chave do cofre da milionária publicidade palaciana, o novo ministro terá ‘argumentos’ muito fortes na luta pela preservação do mandato da presidente.







Nenhum comentário:

Postar um comentário