terça-feira, 24 de março de 2015

Alinhados com a boçalidade

     Acredito que não estaria exagerando se afirmasse que todas – todas, mesmo – as bandeiras tidas como libertárias içadas pelos que se proclamam de ‘esquerda’ (seja lá isso o que sabemos que a nossa ‘esquerda’ é ...) são decepadas nos países e pelos personagens que essas mesmas pessoas – que se acham os únicos ‘iluminados do mundo - idolatram e reverenciam, por estupidez, ignorância ou simplesmente má-fé.
     Tem sido assim através dos anos e o exemplo cubano é o mais próximo e o que nos afeta mais diretamente. Na América, talvez não haja governo mais homofóbico, por exemplo. Embora escamoteadas ou ignoradas pelos nossos revolucionários de botequim, as notícias sobre o desterro de homossexuais conseguiam quebrar a barreira da ideologia chinfrim. Houve um momento, em especial, que Fidel Castro, ainda fisicamente capaz, mandou atirar homossexuais ao mar, em embarcações frágeis, na direção de Miami.
     Hoje, ficamos sabendo, pelo Globo, entre outros, que a Rússia desse lastimável Putin, um destrambelhado ex-agente da KGB, quer impedir que casais gays recebam ajuda da ONU, em atitude que não surpreende, pois repete comportamentos anteriores. Fenômeno ainda mais estúpido ocorre em regiões dominadas por radicais muçulmanos. Imagens recentes de homossexuais sendo atirados do alto de prédios, para gáudio de multidões, chocaram o mundo.
     Mas tanto os regimes cubano e russo quanto radicais muçulmanos costumam contar com a benevolência dos nossos ‘pensadores’ que se arvoram de esquerda. O motivo é simples: são inimigos dos Estados Unidos e da Europa decente. E os inimigos dos inimigos dessa gente são seus amigos, mesmo que bárbaros e boçais.
     Saindo do campo do preconceito, temos exemplos ainda mais evidentes de desrespeito aos mínimos princípios democráticos, oriundos de governos companheiros, como os venezuelano, argentino, boliviano e equatoriano, para ficar apenas no nosso continente. A liberdade de expressão e o contraditório, nesses paraísos do obscurantismo, são tratados como crimes e os que ousam se rebelar vivem sob a ameaça de prisão ou morte.
     A condescendência com os governantes desses arremedos de ditadura, no entanto, é enorme. Por mais estúpido que o venezuelano Nicolás Maduro seja – e ele é! -, há um silêncio cúmplice do Governo e de grande parte dos que se propõem formadores de opinião. E essa constatação vale para um bom par de regimes arbitrários e, em alguns casos, genocidas, como o coreano do norte.
     Não é de se estranhar, portanto, que essa gente que apoia o lixo mundial esteja, em termos absolutos, alinhada com os atuais donos do poder no Brasil. Para quem se cala diante de fatos como a extrema violência contra minorias e a democracia, é fácil defender assaltantes de cofres públicos.





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